‘Passaporte da vacina’ definirá o turismo no mundo, mas países barram alguns imunizantes
União Europeia, por exemplo, só aceitará visitantes que receberam uma das quatro vacinas autorizadas para seus cidadãos; China e EUA também impuseram restrições
Na semana passada, a União Europeia anunciou que vai voltar a receber sem restrições a partir de junho os turistas americanos já vacinados. O gesto é importante para a retomada de uma das indústrias mais importantes da economia mundial, o turismo. Antes da pandemia da Covid-19, era uma indústria de nove trilhões de dólares anuais, que praticamente parou devido à necessidade de distanciamento. Cruzeiros, por exemplo, só devem ser retomados em larga escala no verão do hemisfério norte. O turismo voltou tímido com a reabertura das economias, mas quase sempre dentro dos países. Viajar ao exterior, dependendo do país, envolve fazer quarentena de dez ou mais dias na chegada, que inviabiliza a maioria das viagens.
A vacina contra o coronavírus é vista como o caminho mais rápido para a volta à normalidade, mas há um complicador. A União Europeia só aceitará visitantes que receberam uma das quatro vacinas autorizadas para seus cidadãos. A de Oxford/Astrazeneca, também aplicada aqui no Brasil, a da Pfizer, a da Moderna e a da Jansen, da Johnson e Johnson, mas não a CoronaVac, aplicada na maioria dos brasileiros. Turistas que forem à Europa imunizados com a vacina chinesa precisarão cumprir quarentena enquanto não houver mudança das regras.
Entrar na Europa
- Astrazeneca
- Pfizer
- Moderna
- Jansen
Pior ainda para entrar nos Estados Unidos, onde a vacina chinesa não é aplicada e a da Astrazeneca também não foi aprovada pelo órgão regulador do país, a FDA. Lá, valem as da Pfizer, Moderna e Jansen. Só os imunizados com a vacina da Pfizer, que ainda não começou a ser aplicada por aqui, se livram das restrições. Para os demais, mesmo vacinados, a quarentena continua obrigatória até a autorização no país das vacinas recebidas no Brasil. Resta o consolo de que para os brasileiros agora é muito mais fácil entrar na China do que para um americano ou um europeu.
Entrar nos EUA
- Pfizer
- Moderna
- Jansen
A China só autorizou até agora a aplicação de suas três vacinas, a CoronaVac e as da Sinopharm e Cansino. Não liberou nenhuma das vacinas aplicadas nos Estados Unidos e na Europa. Já no nosso caso, de cada seis vacinas aplicadas, cinco são CoronaVac, fabricada pelo Butantã, e uma é a vacina da Astrazeneca, produzida pela Fiocruz. Ou seja, fronteira livre de verdade deve levar ainda alguns meses, mas, no fim, o bom senso deve prevalecer, até porque seria impensável tanto para Estados Unidos como para Europa abrir mão do turista chinês que, antes da pandemia, era o que mais gastava no mundo.
Entrar na China
- Coronavac
- Sinopharm
- Cansino
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