Seis meses de Trump: a mutação presidencial ainda pode piorar

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan
  • 20/07/2017 05h55 - Atualizado em 20/07/2017 09h17
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-FOTODELDIA- WAS30. WASHINGTON (ESTADOS UNIDOS), 01/06/2017.- El presidente de EE.UU., Donald Trump, pronuncia un discurso hoy, jueves 1 de junio de 2017, en la Casa Blanca, Washington (EE.UU.). Donald Trump anunció hoy su decisión de sacar al país del Acuerdo de París contra el cambio climático, adoptado por casi 200 países en 2015, hoy, jueves 1 de junio de 2017, en la Casa Blanca, Washington (Estados Unidos). EFE/Molly Riley EFE/Molly Riley Trump é uma mistura da corrupção do republicano Richard Nixon e da incompetência do democrata Jimmy Carter

Sem muito chororô nesta quinta-feira, 20 de julho, data em que Donald Trump celebra seis meses como quadragésimo-quinto presidente dos Estados Unidos da América. Vamos festejar, afinal com ele sempre poderia ser pior.

O próprio Trump, ao tuitar sobre a pesquisa Washington Post/ABC News, que lhe conferiu 36% de aprovação, a pior marca de um presidente em seis meses de governo desde que a amostragem começou a ser feita em 70 anos, fez a seguinte observação: “quase” 40% até que está bom diante do assédio e negativismo da imprensa, dos democratas, patati, pateta.

Trump, o presidente da doutrina Me First, eu acima de tudo, é curioso quando fala dos fracassos. Nenhuma relação com ele. O narcisista-chefe esta semana fala dos republicanos na terceira pessoal do plural ao comentar o fiasco para aprovar um novo programa de saúde. O recado do presidente republicano é que ele não tem relação com o partido que controla o Executivo, o Legislativo e tem maioria na Corte Suprema.

Conhecemos de sobra o modo de operação do 45: ele não assume responsabilidades por erros, não pede desculpas, seleciona bodes expiatórios a torto e a direito e mente de forma patológica. Com este fabulista, é um contínuo mimimi.

Quando a verdade vem a público, graças aos vazamentos de informações e trabalho investigativo de jornalistas, Trump brada fake news e demoniza a imprensa, como nas últimas semanas, nas revelações do encontro furtivo de seu filho, genro e ex-chefe de campanha com os russos durante a eleição do ano passado.

Por ora, o modo de operação do 45 funciona para os 25% dos eleitores da base que o seguem de forma fervorosa e habitam a sua bolha. O restante do apoio é menos convicto e expressa basicamente repúdio ao outro lado. Esta mesma pesquisa Washington Post/ABC News revela que, apesar da falta de resultados, 82% dos republicanos respaldam o presidente.

Na frente externa, Trump abdicou da responsabilidade de líder do mundo livre. Líderes estrangeiros aprenderam que para conseguir alguma coisa do bobalhão basta adulá-lo um pouco, como fez o francês Emmanuel Macron. Lua-de-mel com Trump pode ser muito fugaz. Nunca se sabe. A qualquer momento, ele poderá tuitar sobre o petite Emmanuel.

Trump é uma mistura da corrupção do republicano Richard Nixon e da incompetência do democrata Jimmy Carter. No entanto, ele carece da sagacidade do primeiro e da decência do segundo. Mas, de novo, sejamos otimistas. São apenas seis meses. Esta mutação presidencial poderá ainda piorar bastante.

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