Sociedade civil apresenta propostas para enfrentar crise hídrica
São Paulo, 9 fev (EFE).- Mais de 40 organizações da sociedade civil, unidas no grupo Aliança pela Água, apresentaram nesta segunda-feira em São Paulo um manifesto com propostas para enfrentar a crise hídrica no sudeste, a mais grave desde 1930 e que põe em risco o fornecimento de água e energia nessa região.
Entre as “propostas práticas de emergência” do manifesto intitulado “Chamado à ação sobre a crise hídrica” estão a criação de um grupo interdisciplinar para enfrentar a seca, a exigência de uma maior comunicação sobre o assunto por parte das autoridades e a fiscalização do uso da água.
A ativista Marussia Whately, especialista em gestão de recursos hídricos e membro da Aliança pela Água, assinalou que o objetivo é apresentar o documento às autoridades do estado de São Paulo, o mais afetado pela crise que se agravou em 2014 pela falta de chuvas.
Marussia comentou que o grupo interdisciplinar deve ser mais amplo que o atual Comitê para a Crise Hídrica, que não inclui representantes do Governo Federal, dos municípios fora da região metropolitana, nem da Secretaria de Agricultura, a atividade econômica que mais consome água no estado.
Na semana passada, o Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Federação de Comerciantes de São Paulo (FecomercioSP) realizou um seminário com especialistas e autoridades para debater a crise, que afeta principalmente a população que recebe água do Sistema Cantareira, cerca de 6,5 milhões de pessoas (um terço) na região metropolitana da capital estadual.
Na reunião, o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Benedito Braga, detalhou o plano de contingências adotado, entre eles intensificar as campanhas para o uso mais racional da água, as bonificações por economia de consumo e as multas por uso excessivo.
“A situação climática é inusitada”, admitiu Braga durante o encontro.
Paralelamente, também na semana passada, outros especialistas debateram em São Paulo durante o fórum “Água: a complexidade do panorama atual”, promovido pelo Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Sustentável da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (Asbea). EFE
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