Sudanesa libertada e depois detida em aeroporto portava documento irregular

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2014 12h53

Cartum, 25 jun (EFE).- A jovem sudanesa que foi libertada e posteriormente detida no aeroporto de Cartum quando tentava viajar para os Estados Unidos estava com uma documentação irregular emitida pelo Sudão do Sul, informaram nesta quarta-feira as autoridades sudanesas.

Em comunicado divulgado no Facebook, o departamento de Segurança sudanês detalhou que a polícia do aeroporto de Cartum deteve Mariam Ibrahim Ishaq, de 27 anos, depois que esta apresentou um documento provisório emitido pela embaixada do Sudão do Sul em Cartum e um visto para viajar aos Estados Unidos.

As autoridades sudanesas consideraram que se tratava de uma infração delitiva, por isso convocaram o encarregado de negócios americano no Sudão, Jerry Lanier, e o embaixador do Sudão do Sul em Cartum, Mayan Dut.

Um responsável de alto categoria do Ministério sudanês de Relações Exteriores explicou que “o documento provisório é outorgado pelos países a seus cidadãos, com o selo do país onde residem e após assegurar que a pessoa não tem antecedentes penais”.

Além disso, só pode ser usado uma vez e exclusivamente quando a pessoa viajar para o lugar onde nasceu.

Por outro lado, no caso de Ishaq, “o documento foi emitido pela embaixada do Sudão do Sul, quando ela não é sul-sudanesa, e além disso viajava aos Estados Unidos, país de onde não é natural”.

Por sua parte, o advogado de Ishaq, Mohanad Mustafa, disse que o departamento sudanês de Segurança e Secretos Serviços deteve a mulher no aeroporto de Cartum e a transferiu a uma delegacia do leste da capital após apresentar duas denúncias contra ela.

Ishaq foi acusada de falsificação de documentação e de proporcionar informações fraudulentas, por isso que a Procuradoria Geral ordenou sua detenção durante 24 horas.

Dezenas de agentes de segurança detiveram ontem a jovem doutora junto a seu marido, Daniel Wani, e seus dois filhos quando estavam no aeroporto da capital sudanesa tentando viajar para os Estados Unidos.

O Tribunal de Apelação de Cartum decidiu há dois dias anular a condenação à morte ditada para ela por sua suposta renúncia ao islã e conversão ao cristianismo, ao considerar que a decisão em primeira instância contra a jovem se baseou em “provas débeis e contraditórias”. EFE

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