Temer se complica com mais ministros suspeitos e pendurados no cargo
Editorial no The New York Times sobre o Brasil desta segunda (06) avalia que Michel Temer precisa dar mais demonstrações de que deseja desenraizar a corrupção, senão ela continuará endêmica no País.
Hoje, surgiu mais uma acusação contra Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo. Ele teria cobrado e recebido doações de empreiteiras, como da OAS, em troca de favores políticos, como revelou o jornal Folha de S. Paulo. O dinheiro seria oriundo de recursos desviados da Petrobras.
Outro ministro que também pode abandonar o barco é Fábio Osório, da advocacia-geral da União. Ele teria dado carteirada para entrar em avião da FAB e teria sido omisso na estratégia sobre a diretoria da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação). Ele nega.
Osório está frágil no cargo. Tem reunião nesta segunda com Temer e seu padrinho político, Eliseu Padilha. É possível que o governo tenha mais um ministro demitido.
Outra que balança é a secretária das Mulheres Fátima Pelaes. Descobriu-se que ela é alvo de investigações por supostamente ter participado de esquema de desvio de verbas de R$ 4 milhões no ministério do Turismo.
Quase que não se salva ninguém. É uma situação muito difícil para Michel Temer, que tem como desafio continuar tocando a tentativa de recuperação econômica.
Agenda
A semana começa sob o signo da Lava Jato. Políticos com muito medo, muita gente sem dormir em Brasília. Espera-se uma nova operação da ionvestigação e possivelmente mais pedidos de prisão para mais políticos, com muita gente envolvida.
Temer decide se mantém ou demite o ministro titular da AGU, Fábio Osório.
O presidente interino também vai tentar consolidar sua força no Congresso e tem uma votação muito importante agendada, da Desvinculação das Receitas da União (DRU), medida importante para o equilíbrio das contas públicos (Fernando Rodrigues comentou especificamente sobre isso no final de seu comentário).
Na quinta-feira Temer tem importante reunião com os governadores, que estarão em Brasília com o pires na mão, tratando da dívida com a União.
Centrais sindicais entregarão ao governo a proposta para a reforma da Previdência. Eles não querem a idade mínima da aposentadoria nem a desvinculação do reajuste dos benefícios ao reajuste do salário mínimo.
Manifestações contra o governo também estão programadas. Na sexta (10) um ato deve parar São Palo.
Economia
Nesta segunda é divulgada a produção nacional de veículos de maio. Na quarta o IBGE divulga a inflação oficial do mês passado também (o IPCA). À noite de quarta, sai a nova taxa de juros, que não deve mudar.
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