Tentativa de assassinato de chefe militar deixa ao menos 6 mortos no Burundi
Bujumbura, 11 set (EFE).- Pelo menos seis pessoas morreram durante uma emboscada contra o chefe do Estado-Maior do exército do Burundi, o general Prime Niyongabo, cujo veículo foi atacado no começo da manhã desta sexta-feira por um grupo de homens armados, informou a imprensa local.
Os mortos seriam três criminosos e três dos soldados que faziam a segurança do general Niyongabo, que teria saído ileso do ataque, segundo testemunhas citadas pelo site de notícias “Iwacu”.
“Alvejaram um veículo e dois ou três soldados estavam caídos mortos no meio da rua”, relatou uma testemunha, que também afirmou que um carro de patrulha, que estava próximo, chegou ao local e seus ocupantes trocaram tiros com os autores da emboscada.
Neste momento, o local do ataque permanece isolado pelo exército e o trânsito nas imediações foi desviado.
A tentativa de assassinato do general se soma a uma longa lista de ataques contra integrantes do alto escalão do partido governante Conselho Nacional para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD) e de figuras relevantes da oposição, no que parece uma troca de represálias.
Nas últimas semanas, morreram o ex-coronel do exército do Burundi e chefe do Estado-Maior durante a guerra civil (1993-2005), o tutsi Jean Bikomagu; e o ex-chefe de Inteligência do Burundi e homem de confiança do presidente Nkurunziza, Adolphe Nshimirimana.
Além disso, um dos ativistas mais críticos do governo do Burundi, Pierre Claver Mbonimpa, foi ferido gravemente no dia 3 agosto após um tiroteio na capital Bujumbura e teve que viajar para a Bélgica para se recuperar.
Os maciços protestos contra o terceiro mandato de Nkurunziza, que jurou seu cargo no dia 20 de agosto em uma cerimônia improvisada, deram lugar a um conflito no qual os assassinatos políticos e as ações de vingança substituíram as manifestações de rua.
As revoltas populares que começaram no final de abril para protestar contra os planos de Nkurunziza de se perpetuar no poder já causaram a morte de mais de 80 pessoas e, inclusive, houve uma tentativa de golpe de Estado em meados de maio.
Mais de 160 mil pessoas fugiram do Burundi por medo da repressão política e buscaram refúgio em Ruanda, Tanzânia e República Democrática do Congo, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). EFE
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