Terceiro americano contagiado por ebola está isolado e com bom ânimo

  • Por Agencia EFE
  • 03/09/2014 22h25
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Atlanta (EUA), 3 set (EFE).- O médico Rick Sacra, identificado nesta quarta-feira como o terceiro americano com ebola na Libéria, está isolado e com bom ânimo, embora não tenha sido confirmado se voltará aos Estados Unidos, informou o grupo religioso SIM USA com o qual colaborava no país.

“Ao começar a apresentar os sintomas, o médico se isolou e foi transferido à unidade de isolamento do Hospital ELWA. O médico está bem e com bom ânimo”, disse presidente de SIM USA, Bruce Johnson, em coletiva de imprensa.

Sacra trabalhava no Hospital ELWA que a organização religiosa evangélica SIM USA mantém na Monróvia e não tinha contato direto com pacientes com ebola. De acordo com a instituição, ele seguiu todos os protocolos estabelecidos e, por isso, até agora não se sabe como ocorreu o contágio, explicou Bruce Johnson.

Depois de saber que a enfermeira Nancy Writebol e o médico Kent Brantly tinham sido contagiados pelo vírus, Sacra entrou em contato com a organização e se colocou à disposição para viajar para Libéria, de acordo com a SIM. Ambos tiveram alta no mês passado, após ser tratados com o remédio experimental ZMapp em um hospital de Atlanta.

Nancy, que falou hoje publicamente pela primeira vez desde que teve alta, descreveu sua convalescença como “dias escuros”. Já Brantly explicou que sua saúde se deteriorou rapidamente e ele começou a ter dificuldade para respirar, convulsões e fortes calafrios antes de ser transferido para aos Estados Unidos. Eles apontaram os cuidados médicos recebidos e o ZMapp, como elementos-chave para a recuperação.

Até o momento, cinco pacientes que receberam o remédio produzido pela Mapp Biopharmaceutical Inc se recuperaram e dois, um padre espanhol e um médico africano, morreram. O enfermeiro inglês William Pooley, de 29 anos, recebeu alta nesta quarta-feira de um hospital em Londres, após receber o tratamento experimental, depois de ser contagiado enquanto trabalhava como voluntário em Serra Leoa.

Apesar das autoridades sanitárias reforçarem que o combate da doença deve ser através de métodos “comprovados” – isolamento do paciente e tratamento de suporte para ajudar a se manter estável, enquanto o corpo luta contra a doença -, são cada vez mais as vozes que clamam por uma produção em massa do remédio ZMapp. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (DHHS) anunciou esta semana que dará uma verba para a empresa produzir ZMapp de forma mais acelerada.

“É o tipo de empurrão que eles precisavam para expandir a capacidade de produzir mais remédios. É um grande passo e uma notícia muito boa”, disse à Agência Efe Charles Arntzen, pesquisador da Universidade do Arizona, que colaborou com a Mapp na década passada.

De acordo com ele, este investimento é de grande importância para a empresa, embora tenha explicado que não se traduzirá em uma produção em massa do remédio em curto prazo.

“Produzir pequenas quantidades pode levar um ou dois meses, mas para produzir grandes quantidades – para o qual teriam que aumentar a capacidade de produção das instalações -, pode levar até seis meses ou um ano”, explicou o especialista.

Atualmente, o surto de ebola afeta Libéria, Serra Leoa, Guiné e Nigéria e foi catalogado como o pior desde que o vírus foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo (RDC). Ao todo, já foram registradas, pelo menos, 1.552 mortes desde o mês de março, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). EFE

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