Terremoto de 6,5 graus deixa 221 mortos e 1.400 feridos no sudoeste da China
Pequim, 3 ago (EFE).- Um forte terremoto de 6,5 graus na escala aberta de Richter atingiu neste domingo uma remota região da província de Yunnan, no sudoeste da China, deixando 221 mortos, mais de 100 desaparecidos e cerca de 1,4 mil feridos.
O terremoto, considerado o pior dos últimos 14 anos em Yunnan, ocorreu por volta das 16h30 locais (5h30 de Brasília), com o hipocentro a cerca de 12 quilômetros de profundidade e o epicentro no condado de Ludian, uma região com 439 mil habitantes e que integra a cidade de Zhaotong.
A zona afetada pelo terremoto é aparentemente uma aérea afastada e exclusivamente agrícola, com casas vulneráveis e de antiga construção.
O terremoto chegou a ser sentido em outras zonas, como as cidades de Kunming, a capital provincial, ou Chongqing, Leshan e Chengdu, na província vizinha de Sichuan, informou a imprensa local, que, por sinal, já aborda um possível aumento do número de vítimas.
As autoridades enviaram 2,5 mil militares e mais de 700 policiais e bombeiros à região para auxiliar as equipes de resgate, que trabalham exaustivamente para tentar encontrar sobreviventes entre os escombros, embora a forte chuva que cai em Ludian tenha dificultado os trabalhos.
Além disso, em caráter de urgência, o Executivo enviou 2 mil tendas de campanha, 3 mil camas móveis, 3 mil cobertores e 3 mil capas à região, além de outros produtos básicos e medicamentos levados pela Cruz Vermelha da China.
A maioria das vítimas foi registrada no condado onde se localizou o epicentro, local em que as equipes concentram as buscas dos mais de 100 desaparecidos. No entanto, também foram registradas vítimas em Qiaojia e Huize.
Segundo as autoridades, mais de 12 mil casas foram destruídas pelo terremoto e outras 30 mil foram danificadas.
No condado de Ludian, os serviços de comunicações e eletricidade foram reestabelecidos após um longo período, assim como o serviço de transporte, restabelecido tanto neste condado e quanto nas conexões com os demais.
No entanto, a estrada que chega até a aldeia onde se registrou o epicentro, no condado de Ludian, segue interditada e ainda danificada por um deslizamento de terras que ocorreu pouco antes do terremoto de hoje.
As imagens que começaram a ser publicadas na internet mostravam inúmeras casas derruídas e ruas de terra cobertas de destroços de paredes e veículos, além de muros tombados.
Um estudante universitário, identificado como Mao Hao e que trabalha como voluntário nos trabalhos de resgate na região do epicentro, explicou à agência “Xinhua” que viu vários corpos entre os escombros e como conseguiu ajudar mais de 40 pessoas a sair das casas destruídas.
“Sinceramente, é uma pena que não tivéssemos tempo para nos preocupar com os corpos. Necessitamos de atenção com as pessoas com vida”, assinalou o jovem.
Uma moradora de Ludian assegurou à “Xinhua” que sentiu “uma forte sacudida em seu apartamento, situado no quinto andar, e que alguns objetos pequenos começaram a cair das estantes”.
A maioria das pessoas saiu de suas casas correndo em direção à rua, assinalou a mulher, enquanto outra testemunha indicou que sentiu como se “estivesse em um navio” durante o tremor.
“É terrível. As consequências são piores do que o terremoto que sofremos há dois anos. Nunca antes tinha sentido tremores tão fortes. Tudo o que posso ver são ruínas”, afirmou outro voluntário por telefone.
O terremoto se produziu poucas horas depois que outro de 5 graus na escala Richter afetasse à região ocidental do Tibete, neste caso, sem o registro de vítimas.
Zhaotong está a 300 quilômetros de Kunming, a capital provincial, onde em setembro de 2012 um terremoto de 5,7 graus causou mais de 80 mortes e deixou mais de 800 feridos.
O sudoeste da China é uma zona de frequente atividade sísmica e, nesta época do ano, também sofre com intensas chuvas, fator que resulta em sérias inundações e deslizamentos de terra.
O pior terremoto do sudoeste da China nos últimos anos ocorreu em 2008, quando a província de Sichuan ficou parcialmente destruída. EFE
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