Tim Cook critica novas leis que discriminam homossexuais nos EUA
Washington, 30 mar (EFE).- O diretor-executivo da Apple, Tim Cook, criticou em uma coluna de opinião publicada nesta segunda-feira no jornal “The Washington Post” as leis que permitem discriminar homossexuais por razões religiosas.
Cook considerou “muito perigosas” leis como a que foi aprovada na semana passada no estado de Indiana, o que, segundo opositores, permitirá que pessoas neguem serviços a consumidores pelo mero fato de serem homossexuais ou transexuais.
O governador de Indiana, o republicano Mike Pence, aprovou na quinta-feira passada a Lei para Restaurar a Liberdade Religiosa, que dá carta branca aos comércios do estado para proibir a entrada de casais homossexuais em nome da liberdade de credo.
Cook ainda alertou que outras leis, como uma que está sendo formulada no Texas, são ainda piores, ao permitir que se retire o pagamento de salários e pensões de funcionários que emitirem licenças de casamento entre casais do mesmo sexo.
O diretor da gigante de tecnologia, que revelou ser homossexual no ano passado, afirmou que o estado do Texas projetou uma centena de projetos legislativos para discriminar os gays.
Essas leis, que são planejadas em mais de 20 estados, podem avançar apesar da possibilidade de a Suprema Corte dos Estados Unidos declarar inconstitucionais as legislações que proíbem o casamento homossexual, o que permitiria as uniões do mesmo sexo pela primeira vez em todo o país.
“Esses projetos de lei racionalizam a injustiça com a pretensão de defender algo que muitos de nós apreciamos. Vão contra os mesmos princípios sob os que nossa nação foi fundada e têm o potencial de desfazer décadas de progresso por uma maior igualdade”, disse Cook.
O sucessor de Steve Jobs no comando da Apple lembrou que a comunidade empresarial americana mantém um consenso sobre a ideia que “a discriminação, em todas suas formas, é ruim para os negócios”.
“Por isso, em nome da Apple, me oponho a esta onda de legislações, onde quer que surjam”, afirmou.
O executivo pediu que pessoas de todo o país se juntem a movimentos de oposição a essas leis, já que “não é um assunto político, não é um assunto religioso, é sobre como tratamos uns aos outros como seres humanos”. EFE
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