Transexual obtém primeiro passaporte para o “terceiro gênero” no Nepal

  • Por Agencia EFE
  • 11/08/2015 10h58

Katmandu, 11 ago (EFE).- A nepalesa Monica Shahi tachou nesta terça-feira como “histórico” ter sido a primeira pessoa em seu país a receber um passaporte que estipula seu sexo como “outros”, no que considera um marco que posiciona a nação do Himalaia como uma das mais progressistas apesar de seu tamanho e pobreza.

Shahi obteve ontem seu passaporte dois anos depois que a Corte Suprema nepalesa decretou a inclusão de uma opção para o terceiro gênero neste tipo de documento, e destacou que o caminho não foi fácil.

“Quando a princípio começamos a reivindicar nossos direitos, os funcionários do governo nos olhavam de uma forma diferente. Os contínuos esforços da comunidade LGBT (lésbica, gay, bissexual e transexual) e dos que a apoiaram ajudaram esta transformação”, garantiu.

A emissão do primeiro passaporte que reconhece o terceiro gênero é, de acordo com Shahi, um “momento histórico” para o coletivo LGBT que deve ser celebrado pela “nação inteira” e do que deve aprender os outros países do mundo.

O porta-voz da organização pelos direitos das minorias sexuais Sociedade Diamante Azul Bhakti Shah celebrou que a luta dos transexuais por uma nova identidade deu seus frutos.

“Nunca quisemos privilégios adicionais por ser LGBT, só queríamos que o governo outorgasse nossa identidade”, manifestou em declarações à Agência Efe o ativista, também transexual, que pediu o mesmo tipo de reconhecimento para o resto do coletivo.

A Corte Suprema nepalesa introduziu em 2007 uma emenda legal a favor dos direitos deste coletivo, ao qual pertencem cerca de 1,2 dos mais de 27 milhões de nepaleses, segundo um estudo da Sociedade Diamante Azul. EFE

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