Turquia é palco de manifestações para exigir maior apoio para Kobani

  • Por Agencia EFE
  • 01/11/2014 15h18

Istambul, 1 nov (EFE).- Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado na Turquia para exigir ao governo que abra um corredor humanitário rumo a Kobani, a cidade vizinha curda do norte da Síria assediada pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI) há um mês e meio.

A maior concentração aconteceu em Diyarbakir, a principal cidade das regiões curdas da Turquia, onde milhares de pessoas se reunirão entre fortes medidas de segurança, informou o jornal “Hürriyet”.

Outras milhares marcharam pela Avenida Istiklal, no centro de Istambul, embora a polícia tenha impedido que alcançassem a simbólica Praça de Taksim. Apesar da advertência do governo de que aplicaria medidas drásticas de controle, as manifestações em Diyarbakir e Istambul terminaram sem incidentes.

“Vim aqui pela paz, contra a guerra, para solidarizar-me com Kobani. O governo coloca a culpa no processo de paz com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Deveria reconhecer a identidade curda e seus direitos para fazer a paz”, disse à Agência Efe Meryam Itfer, uma funcionária de loja de loja que não pertence à etnia curda.

“Kobani é parte do problema curdo da Turquia, porque o governo não quer reconhecer o status dos curdos nem aqui nem na Síria. Devemos nos unir através das fronteiras”, Hüseyin Yalçinkaya, opinou outro manifestante.

Entre as medidas enumeradas nos cartazes da manifestação figuravam o reconhecimento da administração curda na Síria e a abertura de um corredor humanitário para Kobani, assim como o fim de todo apoio ao Estado Islâmico (EI).

O governo turco garante que considera o EI como grupo terrorista, mas entre o povo curdo domina a firme convicção de que os jihadistas recebem financiamento e armas do governo turco, e em todo caso gozam de enorme facilidade para se organizar na Turquia e enviar militantes para combater na Síria.

Os manifestantes exigem, além disso, que governo do país anule os planos de impor uma “zona de segurança” no norte da Síria e que amplie as liberdades de expressão e de reunião em vez de tentar impedi-las mediante novas leis. Também pedem a investigação da morte de quase 40 pessoas no início de outubro em enfrentamentos de rua depois que os partidos curdos convocaram protestos a favor de Kobani e contra o Estado Islâmico. EFE

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