UNRWA adverte que violência em Gaza pode piorar se não houver reconstrução

  • Por Agencia EFE
  • 04/02/2015 15h31

Gaza, 4 fev (EFE).- O diretor em Gaza da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), Robert Turner, advertiu nesta quarta-feira do perigo de um novo surto de violência na Faixa se o processo de reconstrução não iniciar imediatamente.

“Se a rota atual da situação na Faixa de Gaza não mudar, nos preocupa profundamente que sejam retomados os combates”, expôs Turner perante a imprensa.

De acordo com Turner, “a população de Gaza está indignada e deprimida. Entendemos este fato porque as pessoas estão em uma situação de miséria. Portanto, estamos muito preocupados de que o futuro traga uma renovação dos combates”.

Entre 8 de julho e 26 de agosto de 2014, Israel realizou em Gaza a operação “Limite Protetor” contra as milícias palestinas que atacavam território israelense.

Dita operação custou a vida de cerca de 2,2 mil palestinos e 70 israelenses, e supôs também o deslocamento forçado de quase cem mil pessoas e a destruição ou danos em dezenas de milhares de casas.

Em um encontro posterior realizado no Cairo, os países doadores concordaram em fornecer uma quantia de US$ 5,4 bilhões para fazer frente à reconstrução de Gaza.

No entanto, o próprio Turner denunciou recentemente que não chegou “praticamente nada” da ajuda prometida na conferência de doadores, o que qualificou de “inquietante e inaceitável”, enquanto a UNRWA teve que suspender a assistência, só reatada pela entrega de US$ 13,5 milhões, efetuada pela Arábia Saudita.

Em seu comunicado de hoje, Turner ressaltou que a atual situação humanitária em Gaza “durante estes dias é muito pior do que antes de de Israel lançar a ofensiva”.

“Adiar o processo de reconstrução e não melhorar as condições de vida do povo soa como o anúncio de que os combates possam ser retomados em breve”, disse, ao mesmo tempo que abordou o estagnado processo de reconciliação interno no qual se encontram o movimento islamita Hamas (que controla a Faixa) e o nacionalista Fatah.

Turner lembrou também que desde o mês passado de outubro, a UNRWA só recebeu US$ 135 dos US$ 720 milhões pactados para seu programa de ajuda, investidos em “renovar as casas parcialmente destruídas”.

E criticou as tentativas de algumas milícias que lançam foguetes ao mar para comprovar sua capacidade, uma ação que, na sua opinião, poderia representar um obstáculo adicional para receber as doações internacionais. EFE

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