Vaccari nega cobrança de subornos no caso Petrobras

  • Por Agencia EFE
  • 09/04/2015 13h53
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Brasília, 9 abr (EFE).- O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, envolvido no caso de corrupção na Petrobras, negou nesta quinta-feira em depoimento à CPI que averigua o escândalo ter cobrado subornos.

Vaccari rejeitou todas as acusações de corrupção que pesam contra ele e contra o PT, que foram formuladas por ex-altos cargos da Petrobras e outros empresários detidos no curso das investigações.

O tesoureiro é acusado de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro e é suspeito de negociar as comissões que o PT supostamente recebeu para ajudar na assinatura de contratos entre a Petrobras e as empresas privadas que faziam parte da rede de corrupção.

Segundo as investigações, as empresas pagavam parte das comissões ilegais ao PT, a outros partidos governistas e opositores, e a dezenas de políticos através de doações legais declaradas às autoridades eleitorais.

No depoimento, Vaccari disse que todas as contribuições que o PT recebeu por parte de pessoas físicas ou jurídicas foram “legais, contabilizadas e declaradas” às autoridades, e que foram “voluntárias”, sem nenhuma contrapartida ou compromisso em troca.

No entanto, ele reconheceu que realizou diversas visitas a empresários investigados no caso para persuadia-los a que realizassem doações ao PT, algo que considerou “usual” em sua função de tesoureiro.

Do mesmo modo, admitiu que 35% das doações que o PT recebeu desde 2010, ano no qual ele assumiu a tesouraria, procedem de empresas investigadas no escândalo.

Essa porcentagem é similar a que receberam outros partidos governistas e de oposição, segundo Vaccari.

O responsável do PT negou ter tratado de qualquer assunto financeiro de seu partido com o empresário Alberto Youssef, que está detido devido ao caso e confessou sua participação no processo de corrupção, acusando diretamente Vaccari de participar das manobras.

Em declaração ao juiz, divulgada pela Justiça, Youssef assegurou que fez repasses de dinheiro a Vaccari em frente à sede do PT em São Paulo, ponto que hoje foi negado taxativamente pelo tesoureiro.

Vaccari disse que conheceu “casualmente” Youssef “há muitos anos” e admitiu que em certa ocasião visitou uma de suas empresas, mas disse que só permaneceu nas instalações “quatro minutos” porque o doleiro não estava no local.

Vaccari também negou que o PT ou ele próprio possuam contas bancárias no exterior.

Ao começo da sessão, um homem entrou na sala de reuniões e soltou pelo menos quatro ratos, o que causou certo alvoroço até que os agentes de segurança do legislativo retiraram os animais e detiveram o responsável. EFE

mp/ma

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