Acordo na Lava Jato a ser anulado é de delator menos visado
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou em entrevista nesta semana que uma delação premiada da Operação Lava Jato deverá ser anulada e outras deverão passar por um espécie de recall quando Raquel Dodge, a próxima procuradora-geral assumir o cargo, em setembro.
A delação da JBS foi um divisor de águas. A gente vinha de um período de muitas delações sendo homologadas e algumas delas têm substância. Após isso veio a da JBS, que chamou a atenção de todos por conta das benesses dadas aos delatores. A partir de então passou-se a olhar com lupa as delações.
Na entrevista, Janot afirmou que uma delação seria anulada, mas não disse qual. Segundo apurações da comentarista Vera Magalhães, “começou-se a especular que poderia ser a do Sérgio Machado ou a do Delcídio do Amaral, mas não. É a de um delator menos visado, menos pop. Ele mentiu deliberadamente, forjou provas e terá benefícios anulados e será preso”.
Paralelamente, Raquel Dodge, quando assumir a PGR, deve fazer chamado de delatores para pequenos acordos que possuem “defeitos”. Vai haver um período de recall que deve incluir Sérgio Machado, Delcídio do Amaral.
A delação de Pedro Corrêa, por exemplo, é uma que teve problemas na época do ministro Teori Zavascki, quando este era vivo, e nesta terça-feira o ministro Edson Fachin homologou.
Segundo apuração feita por Vera Magalhães, “simples contradições não devem anular acordos. Procuradores e ministros do STF dizem que, muitas vezes, um delator tem apenas a visão parcial de um crime. Cancelamento virá apenas quando ficar comprovado que houve mentira ou omissão de fatos para proteger ou incriminar pessoas”.
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