Acordo na Lava Jato a ser anulado é de delator menos visado

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2017 08h30
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Carlos Moura-SCO-STF Além de uma delação premiada da Lava Jato que deverá ser anulada, como antecipou Rodrigo Janot em entrevista nesta semana, outras colaborações, principalmente as que citam políticos, passarão por recall

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou em entrevista nesta semana que uma delação premiada da Operação Lava Jato deverá ser anulada e outras deverão passar por um espécie de recall quando Raquel Dodge, a próxima procuradora-geral assumir o cargo, em setembro.

A delação da JBS foi um divisor de águas. A gente vinha de um período de muitas delações sendo homologadas e algumas delas têm substância. Após isso veio a da JBS, que chamou a atenção de todos por conta das benesses dadas aos delatores. A partir de então passou-se a olhar com lupa as delações.

Na entrevista, Janot afirmou que uma delação seria anulada, mas não disse qual. Segundo apurações da comentarista Vera Magalhães, “começou-se a especular que poderia ser a do Sérgio Machado ou a do Delcídio do Amaral, mas não. É a de um delator menos visado, menos pop. Ele mentiu deliberadamente, forjou provas e terá benefícios anulados e será preso”.

Paralelamente, Raquel Dodge, quando assumir a PGR, deve fazer chamado de delatores para pequenos acordos que possuem “defeitos”. Vai haver um período de recall que deve incluir Sérgio Machado, Delcídio do Amaral.

A delação de Pedro Corrêa, por exemplo, é uma que teve problemas na época do ministro Teori Zavascki, quando este era vivo, e nesta terça-feira o ministro Edson Fachin homologou.

Segundo apuração feita por Vera Magalhães, “simples contradições não devem anular acordos. Procuradores e ministros do STF dizem que, muitas vezes, um delator tem apenas a visão parcial de um crime. Cancelamento virá apenas quando ficar comprovado que houve mentira ou omissão de fatos para proteger ou incriminar pessoas”.

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