Vera: Bolsonaro faltar a debates e sabatinas pode ser um tiro no pé
Depois de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, confirmar que analisará caso a caso participação em debates, a preocupação é se a estratégia valerá a pena.
Está claro que a estratégia será sempre deixar para a última hora se irá ou não comparecer aos debates. O coordenador de sua campanha e presidente do partido, Gustavo Bebianno, disse que Bolsonaro não se sente confortável com esse formato de debates, que se sente amarrado pelo tempo etc. E também disse que ele tem priorizado agendas de contato corpo a corpo com eleitores.
Questionado se o candidato iria aos debates já assinados, Bebbiano disse que não há nada confirmado sobre participação, apenas sobre a ciência do evento em si.
Esse é o pulo do gato. A decisão sobre aparição em debates ficará, portanto, para um dia antes da realização. Isso faz parte da estratégia de avaliar o terreno antes de comparecer.
Bolsonaro tem liderança, mas não está confortável à frente dos adversários. Ele avaliará caso a caso se ele mais ganha ou mais perde ao não comparecer.
Tática é boa?
É falacioso dizer que quem está na liderança não vai a debates. Quem ignorou todos os debates no primeiro turno foi Fernando Collor em 1989, FHC em 1998 e Lula em 2006. Todos os outros candidatos foram aos debates. Mesmo Dilma Rousseff, em 2014, foi a todos os debates.
Bolsonaro faltar a debates e sabatinas pode ser um tiro no pé. É deixar de participar e deixar de se defender. É uma estratégia que deve ser levada com cautela.
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