Candidatos ameaçam tutelar o Judiciário
E Ciro Gomes atacou outra vez. Agora, o pré-candidato do PDT falou em colocar o Judiciário na “caixinha” e libertar o ex-presidente Lula. A fala ocorreu em entrevista à emissora Difusora, do Maranhão, no dia 16, mas ela só ganhou repercussão nacional agora.
Ciro Gomes nega, porém, que daria indulto a Lula uma vez eleito, pois isso, de acordo com a lógica “cirogomiana”, isso seria reconhecer que o petista cometeu crime.
Ciro gosta de emplacar manchetes de jornais e aposta sempre na bagunça e no descompasso das instituições, aponta Vera Magalhães em comentário ao Jornal da Manhã desta quarta, 25 (assista ao final do texto).
Para a comentarista, o que Ciro disse inverte a ordem das coisas, visando a libertar quem deveria estar preso e prender quem é responsável por punir crimes.
Além disso, a fala é um acinte, é rasgar a Constituição, que prevê a independência entre os poderes. Ciro dá a entender que vai tentar tutelar o Judiciário.
Propostas autoritárias
A intenção de Ciro não é muito diferente de propostas feitas por outros candidatos de maneira menos enfáticas.
Jair Bolsonaro (PSL) quer mudar a forma de indicação para o Supremo Tribunal Federal, dando a si mesmo o poder de indicar 10 ministros para a Corte.
No road show que tem feito como dublê de entrevistas que tem dado como dublê de coordenador de governo e candidato substituto de Lula, Fernando Haddad (PT) fala em criar um “controle social” do Judiciário, que seria um aparelhamento político.
Querer tutelar as instituições pode significar propostas autoritárias, conclui Vera.
O sonho de Alckmin
Em artigo à Folha, Josué Gomes finalmente se manifestou. Ele faz elogios a Geraldo Alckmin (PSDB), mas se cala mineiramente sobre a proposta de ser vice na chapa do tucano, deixando aberta a possibilidade.
Parece, no entanto, que o vice mais ambicionado dá sinais de que está saindo de cena.
Nesta quinta (26), os partidos devem anunciar o apoio a Alckmin sem o nome de vice definido. Uma das alternativas é Mendonça Filho (DEM-PE), que cumpriria o desejo tucano de formar chapa com alguém do Nordeste, mas carimbaria ainda mais a figura de Michel Temer à de Alckmin, já que Mendonça foi ministro da Educação do atual governo.
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