Cauteloso, Rodrigo Maia se prepara para entrar em campo

  • Por Jovem Pan
  • 07/07/2017 11h39 - Atualizado em 07/07/2017 11h39
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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Rodrigo Maia também se cacifa de maneira discreta para ser candidato na eleição indireta

No coletivo de Rodrigos que cerca Michel Temer, um em especial vai-se mostrando uma incógnita aos olhos dos aliados do presidente: afinal como se move Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao mesmo tempo presidente da Câmara e citado como favorito para assumir a Presidência em caso de uma queda do peemedebista?

A resposta é: com cautela extrema. Até algum tempo aliado incondicional do presidente, ao lado de quem aparecia descontraidamente trajando bermuda em amistosas reuniões no fim de semana, Maia parece colocar ovos nas duas cestas: a da permanência do presidente e a de sua degola.

Tem o dedo do deputado do DEM a escolha de Sergio Zveiter para relatar a denúncia oferecida por Rodrigo Janot contra Temer. Também fluminense, Zveiter é antes um soldado de Maia que um filiado do PMDB. Afinal, ele já serviu aos governos Garotinho e Cabral. Com Maia a amizade é antiga e pessoal.

O Planalto se sente desconfortável com a relatoria de Zveiter, e ele vai dando razões para isso, ao defender, por exemplo, que Janot tenha o direito de falar na CCJ, algo que o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco, descarta.

Maia viajou e não assumirá a Presidência na ausência de Temer. Desta maneira se preserva, segundo aliados, para conduzir a complicada votação da denúncia em plenário, cujo rito fez questão de definir em conjunto com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia.

Muitos se questionam se Maia abriria mão de uma reeleição a deputado (e, portanto, do foro privilegiado) caso veja a chance de assumir a Presidência por um ano. Para um político e um partido que jamais teriam nem o sonho de chegar até lá pelo voto, a resposta de aliados e correligionários é só uma: claro que sim.

Rodrigo Maia mandou mensagens para a colunista Jovem Pan Vera Magalhães nesta manhã negando que tenha interferido na escolha do relator da denúncia contra Temer. Assista ao comentário completo no Jornal da Manhã:

Os deputados mostram cada vez mais a disposição de agradar o presidente da Câmara. O líder do PSDB Ricardo Trípoli já diz publicamente que Maia teria mais condições de tocar a reforma na Presidência. O presidente tucano, Tasso Jereissati, segue a mesma linha, de que o PSDB deve se descolar de Temer.

Apoio no Congresso é algo muito tênue e volátil. E o suporte de Michel Temer parece erodir cada vez mais rapidamente.

Maia não dá mais declarações de que está “fechado” com o Temer. O democrata diz apenas que vai respeitar o rito da tramitação da denúncia na Câmara e o faz consultando a presidente do STF Cármen Lúcia.

Rodrigo Maia se preserva para, se preciso, entrar em campo.

E isso deve interferir na votação sobre a denúncia de corrupção passiva que ameaça Temer. Caso dois terços da Câmara aprovem a abertura do processo contra o presidente, o presidente fica afastado por até 180 dias e Maia assume.

Rodrigo Maia também se cacifa de maneira discreta para ser candidato na eleição indireta em que votariam deputados e senadores. E expectativa de poder é algo que os deputados farejam muito bem.

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