Vera: Indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada pode ‘encarecer’ apoio de senadores a Previdência
A indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil nos Estados Unidos ainda não está formalizada, mas já divide as atenções do Senado Federal.
Tomando o pulso do situação, é possível perceber diversas campanhas nas redes sociais para que o Senado não autorize a indicação, como uma uma maneira de dar um freio ao presidente, fazendo ele entender meio que na marra que não poderia indicar o próprio filho ao cargo, mas não será tão fácil assim infligir essa derrota ao presidente.
O senado não tem nenhuma tradição de vetar os nomes dos embaixadores. Fez isso uma única quando a casa estava irritada com a então presidente Dilma, e era um embaixador com menor importância, sem nenhuma ligação com a presidente.
Um veto ao nome de Eduardo teria uma simbologia grande, algo como uma declaração de guerra ao presidente e não há ambiente criado para isso.
Bolsonaro tem, por exemplo, conversado pessoalmente com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para sondar os ânimos da indicação. Para alguns aliados, Alcolumbre reconhece o desconforto da situação, mas tem se mostrado apaziguador de situações.
A oposição, por sua vez, acredita ter algo como 41 votos contrários à indicação no Plenário.
Previdência
A tramitação do Segundo Turno da Reforma da Previdência na Câmara deve ser algo rápido, o que fará com que o texto desembarque ainda em agosto no Senado, ou seja, concomitantemente com essa discussão sobre Eduardo Bolsonaro.
Os senadores governistas concordam que as tramitações concorrem entre si. No mínimo, a situação tem o efeito imediato de encarecer o apoio de alguns senadores à Reforma.
Nomes que serão muito preciosos para aprovar o nome do filho do presidente em Washington tendem a fazer uma negociação casada do seus interesses. Quais são esses interesses? Os de sempre: emendas em seus estados, postos importantes em órgãos governamentais em seus estados, etc.
O Governo começou dizendo que não faria negociações nessa base, mas a gente já viu que a tramitação da reforma da Previdência na Câmara se deu por aí.
Claro que vale lembrar que isso não tem a ver com Mensalão ou Mensalinho. São instrumentos colocados na Constituição como maneiras de o presidencialismo ser exercido.
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