Envio de Exército para Porto Alegre faria parecer que Governo apoia condenação de Lula

  • Por Jovem Pan
  • 05/01/2018 08h44 - Atualizado em 05/01/2018 08h56
EFE/Sebastião Moreira A verdade é que o Governo está focado na reforma da Previdência e quer evitar que o julgamento do petista e a politização contaminem a votação prevista para 19 de fevereiro

O prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan Jr. solicitou reforço do Exército e da Força Nacional para compor o policiamento na cidade durante o julgamento do recurso do ex-presidente Lula no TRF4, no dia 24 de janeiro. Ele solicitou uma análise dos ministérios da Justiça e Defesa. Nesta quinta, o ministro da Defesa já se manifestou contrário à ideia de mandar força nacional se gurança para a cidade. E o parecer do ministro da Justiça deve ir na mesma linha.

A Garantia da Lei e da Ordem é uma excepcionalidade, e está dito que quem pode solicitar é o governador e mediante grave ameaça à ordem pública que já não tenha sido contida pelas polícias. Só se policias falharem é que Estados podem solicitar esse tipo de medida. Desde que Michel Temer assumiu foram decretadas 11 GLO e tem ainda as garantias em curso no RN, RJ e outra prorrogada no RS. É para esse tipo de ameaça grave.

Uma intervenção federal neste caso leva ao colo do Governo uma responsabilidade de mostrar que quer atrapalhar as manifestações petistas e faria parecer que o Governo está dando apoio a uma eventual condenação do ex-presidente Lula.

A verdade é que o Governo está focado na reforma da Previdência e quer evitar que o julgamento do petista e a politização contaminem a votação prevista para 19 de fevereiro.

Mas, enquanto o Governo evita se meter, a atuação do PT e da defesa de Lula correm juntas. De um lado, o PT tenta politizar o julgamento, de outro, a defesa tenta interpor diversos recursos. Mas vale lembrar que não cabe a oitiva de um condenado em segunda instância.

A defesa de Lula quer, com esse tipo de recurso, colocar o petista como perseguido. Eles sabiam que esse recurso seria negado, por isso desistiram dele antes de sua nova análise. Essa foi uma protelação reiterada e consciente.

O problema da defesa de Lula é que esses recursos vão se esgotando e uma hora o acervo de “catimbas” vai acabar.

Confira o comentário completo de Vera Magalhães:

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