Eventual denúncia contra Temer precisará de fatos novos para não termos um balcão de negócios

  • Por Jovem Pan
  • 29/08/2017 08h31 - Atualizado em 29/08/2017 08h33
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Valter Campanato/Agência Brasil “Janot vai querer cumprir com o que disse e deixar uma ou duas denúncias apresentadas antes de sair", aponta Vera Magalhães

O Governo ainda está pagando a fatura da denúncia anterior contra o presidente Michel Temer, mas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acena com novos pedidos de investigação. Muito se fala que uma nova denúncia seja apresentada nesta semana, mas segundo a comentarista Vera Magalhães, isso pode se arrastar ainda por mais dias.

“Janot vai querer cumprir com o que disse e deixar uma ou duas denúncias apresentadas antes de sair. Especulou-se que isso ocorreria durante essa semana, mas segundo informações que colhi na PGR, pode não necessariamente ser nesta semana, já que o inquérito de uma delas ainda está com o relator no Supremo”, diz Vera.

O que se espera agora é que com a nova denúncia venham novos fatos e bases consistentes e não apenas a utilização do áudio da conversa entre o presidente e Joesley Batista. “Isso só vai encarecer a fatura, que já está cara e está sendo paga. Se for uma denúncia baseada nos mesmos fatos, a Câmara vai analisar com base nos cargos e emendas como foi na primeira vez”, explica.

Por ora, o Governo está demitindo os aliados de traidores para evitar que se tenha problemas com uma nova denúncia mais para frente. No entanto, não é possível prever que a nova denúncia seja mais difícil de se arquivar que a primeira.

“Não podemos fazer análise apenas com base no que vier na denúncia, porque a gente sabe que a Câmara não opera na base do diapasão, mas na base de emendas e cargos. Alguns dizem que já fizeram sua cota de sacrifício pelo presidente e que, em caso de nova denúncia, votarão pela admissibilidade da apreciação desta pelo Supremo. Mas não dá para basear apenas nisso. Temos que ver o que vem e ver se os deputados acham que é melhor estar ao lado do presidente ou se vislumbram um grande desgaste para apoiá-lo. É ruim para o País que o balcão de negócios fique permanentemente montado na Câmara”, completa Vera Magalhães:

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