Governo deve suavizar proposta de reforma da Previdência
Com a vitória do governo no arquivamento da denúncia de corrupção passiva contra Michel Temer, não necessariamente fica mais fácil aprovar a reforma da Previdência.
O governo deu uma demonstração de força com 263 votos para arquivar a denúncia, mais do que se esperava. Ministros foram jantar com deputados em restaurante de Brasília para comemorar e engataram o discurso de que agora fica mais fácil votar a reforma da Previdência.
Mas a questão já era, antes mesmo da delação de Joesley Batista que abalou o governo, e continua sendo bastante controversa. Há uma diferença numérica (a aprovação da PEC da Previdência exige aprovação de dois terços da Câmara, mais do que os votos de ontem) e de mérito.
Para vencer as resistências da sociedade e do Congresso em relação às mudanças na aposentadoria, o texto enviado por Temer será mexido. Vários ministros, deputados e senadores confirmam à colunista Vera Magalhães que é impossível não ter alteração na proposta.
O discurso é de que o governo Temer, como um governo de transição, deve se preocupar em fazer uma transição do atual regime previdenciário, considerado insustentável pela equipe econômica, para um mais permanente. Para isso, seria necessário impor certa racionalidade e previsibilidade de estancamento dos gastos com os aposentados.
Mas a base já assume que não é possível criar uma idade mínima de 65 anos imediatamente, com a transição sugerida inicialmente. A idade mínima deve cair e a transição para o novo regime previdenciário, ser mais suave.
O governo não gostaria da ideia de fatiar a reforma e prefere votar um projeto íntegro que possa ser chamado de reforma na Previdência. Mas ela não deve ser tão radical quanto o projeto inicial.
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