Governo já teme ser derrotado na CCJ
O governo já conta com a possibilidade de ser derrotado na Comissão de Constituição e Justiça, que analisa a admissibilidade da denúncia de corrupção passiva que pesa contra o presidente Michel Temer.
O advogado de Temer, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, deve fazer a defesa nesta terça. Já o Ministério Público não terá espaço para se manifestar nessa fase.
O governo já prevê que não vai obter os 34 votos de que precisa para o relatório a favor do arquivamento da denúncia na CCJ. As trocas de vários deputados da base não devem ser o suficiente.
Deve pesar muito pelo parecer desfavorável a Temer a bancada do PSDB na Câmara. Apesar dos acenos feitos em direção aos tucanos, eles permanecem com a tendência de votar majoritariamente pelo recebimento da denúncia.
O partido se reúne nesta segunda (10) em São Paulo para discutir novamente o apoio ao governo Temer. Tal discussão às vésperas da votação do parecer na CCJ deve desestabilizar ainda mais o governo e contribuir para que Temer saia da comissão derrotado, o que é um mau sinal para o plenário.
Na CCJ, basta maioria simples (50% +1, ou 34 dos 66 deputados) para a aprovação ou não do relatório que será apresentado nesta segunda. Já no plenário da Câmara, dois terços dos parlamentares (342 de 513) devem aprovar a admissibilidade da denúncia para que a denúncia criminal contra Temer vá ao STF.
Relatório deve pedir admissibilidade
O deputado e relator da denúncia Sergio Zveiter (PMDB-RJ) tem dado todos os sinais de que vai votar pelo acolhimento da denúncia contra o presidente Michel Temer.
Ele pediu para ser o relator dessa primeira denúncia contra o presidente. Fora dos holofotes, embora bastante assíduo na CCJ, ele disse que gostaria de relatar a primeira denúncia. Zveiter não quer continuar relator caso cheguem outras denúncias contra Temer.
O parlamentar acredita, segundo interlocutores, que seu eleitorado e a opinião pública vão aprovar sua conduta caso ele dê um parecer técnico e bem fundamentado juridicamente pelo prosseguimento da denúncia.
Quando questionado, Zveiter sempre se manifesta que é independente e não deve nada a Temer.
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