Prisão de Bendine prova que ele assumiu presidência da Petrobras sabendo de esquema

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2017 08h31
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Valter Campanato/Agência Brasil Valter Campanato/Agência Brasil Esta é a primeira vez que um ex-presidente da Petrobras é atingido pela Lava Jato

A prisão de Aldemir Bendine na 42ª fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira (27) significa que o Petrolão continuava firme depois de instalada a operação que investiga desvios na estatal.

Bendine assumiu a presidência da Petrobras em fevereiro de 2015, com o esquema já descoberto. A 42ª fase da Operação, que se chama Cobra, tem pelo menos dois operadores presos também. Não se tem detalhes de quando ele recebeu essa propina de R$ 3 milhões, mas já se sabe que o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil foi preso como fruto das delações do Grupo Odebrecht.

Fontes da Polícia Federal afirmaram que diversos executivos mencionaram o ex-presidente da estatal em seus depoimentos. Marcelo Odebrecht, por exemplo, se referia a Bendine como “Dida”, o que mostra uma certa intimidade entre os dois.

Bendine assumiu já com a missão de levantar a economia. Ele já era investigado por alguns escândalos no Banco do Brasil, ter comprado um imóvel em dinheiro vivo e uma suposta compra de maquinário que financiou um Porsche para a socialite Val Marchiori. Ele foi para a Petrobras quando Graça Foster foi afastada. Sua missão era retomar os investimentos da economia, mas vê-se que ele entrou no mesmo esquema.

Esta é a primeira vez que um ex-presidente da Petrobras é atingido pela Lava Jato. Para a imagem da companha isso é muito ruim. Até agora os presidentes estavam preservados. Mas a gente pergunta por que não se chegou a José Sérgio Gabrielli, Graça Foster? As fontes diziam que as investigações estavam em curso e que não haviam elementos suficientes.

Havia certa preocupação em poupar os presidentes para evitar que a empresa fosse alvo de multas muito pesadas. Então, as fontes da Lava Jato nunca confirmaram que tinha um “acordo” para não se chegar aos presidentes, mas pelo fato de a Petrobras ajudar nas investigação havia uma espécie de “acordo de cavalheiros”.

As ações devem sofrer abalos e acabar também com o discurso de que houve uma reconstrução depois que Bendine assumiu.

Acionistas cobram perdas recorrentes da má gestão da estatal. Vamos ver em que circunstâncias teria sido paga essa propina. O Dida foi preso por suposto recebimento de R$ 3 milhões por meio de operadores e foi citado por vários executivos da Odebrecht, inclusive o ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht.

Assista ao comentário completo de Vera Magalhães:

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