Privatizações: Governo está mais preocupado em mostrar ao País que possui um Norte
O Governo decidiu colocar à disposição da iniciativa privada a administração de 14 aeroportos, 11 lotes de linhas de transmissão, 15 terminais portuários, além de parte da Eletrobras, como foi anunciado no início da semana, com a meta de melhorar o caixa da União e estimular a economia. Com a medida, o governo espera arrecadar, a partir deste ano, cerca de R$ 44 bilhões.
Para a comentarista Vera Magalhães, é difícil imaginar que os projetos em diferentes áreas e com diferentes complexidades vá sair todo do papel no cronograma restrito.
Segundo fontes do Governo, o anúncio teve duas intenções: mostrar ao mercado que o Governo não está acomodado para cumprir o déficit de R$ 159 bilhões da meta fiscal, e o viés político de mostrar que o Governo não está parado e que não gastou todas as suas energias para garantir que a denúncia contra o presidente Temer parasse no plenário do Congresso e não prosseguisse ao Supremo.
“Portanto, o Governo está menos preocupado em concretizar o pacote na íntegra e mais preocupado com o discurso geral de mostrar ao País um certo norte”, diz a comentarista.
As privatizações também possuem implicações por conta do ano eleitoral. Esta será a primeira eleição em que as privatizações serão defendidas, mas ainda há resistências por parte da base aliada, do PMDB e da bancada mineira.
Na bancada mineira, inclusive, há a resistência por conta do senador Aécio Neves, que é contra a venda da Cemig, mesmo sem o Governo poder tirá-la do pacote.
“Assim como o protecionismo mineiro, não faz sentido com o discurso que ele [Aécio] defendeu em 2014 sendo pró-privatizações. E nem com a visão do PSDB, que defende as reformas do Governo. O Aécio está indo na contramão do próprio partido”, explica Vera Magalhães.
Assista ao comentário completo de Vera Magalhães:
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