Proselitismo de esquerda em torno da morte de Marielle é algo a se lamentar
A morte da vereadora do PSOL Marielle Franco nesta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, mobilizou brasileiros a irem às ruas nesta quinta-feira (15) em diversos cantos do País. Não se via mobilização tão grande desde marchas pelo impeachment. Outros fatos de grande relevância nacional não tinham condão de catalisar as pessoas e levá-las de volta às ruas. Agora, isso surgiu de maneira mais ou menos espontânea, não partiram de organização única, e ainda assim na maioria das capitais se viu muita gente na rua. Há de se registrar este movimento, algo espontâneo e que surgiu na sociedade em vários cantos do País.
Se a morte foi motivada por conta das críticas que a vereadora fazia contra a Polícia e as milícias infiltradas é algo a se esperar pelas investigações. Tem muita coisa misturada e nem todas elas dialogam entre si. É cedo para tecer razões sobre a morte. Seria leviano se antecipar. Ela fazia críticas à atuação da Polícia, e não só à intervenção, mas até mesmo antes disso. Por questão política, ela encampou discurso contra intervenção.
Mas há paradoxo. Se for assassinato provocado por milícias em relação à intervenção, é reação dos bandidos a um ato do Governo.
A morte diz sobre a intervenção que ela ainda não surtiu o efeito de gerar mais segurança, e que pode não surtir o efeito que o Governo espera. A intervenção vai demorar a surtir efeito, está sendo questionada por milícias e pode voltar a ser desafiada.
De imediato, o que temos, é que Temer cancelou ida ao Rio de Janeiro para fazer balanço do primeiro mês de intervenção. Não é hora de colar sua imagem a uma intervenção que está sob escrutínio.
Mas há ainda a oposição que aproveita a morte da vereadora para fustigar o Governo. O proselitismo de esquerda é algo a se lamentar e não tem nada a ver com isso.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.