Vera: Ao mexer na PF, Bolsonaro põe em risco permanência de Moro no governo
Uma possível saída do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, articulada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), voltou a ser cogitada nesta quarta-feira (4). Depois de um momento de elogios ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro – quem indicou Valeixo ao cargo – Bolsonaro retoma os ataques ao ex-juiz federal ao colocar a permanência do diretor da PF em xeque.
Para Moro, que chegou ao governo de Bolsonaro como um superministro e um super-homem, uma provável saída de Valeixo pode significar o fim de seu mandato. Isso porque, após aceitar sucessivas derrotas, a demissão do diretor da PF pode ser a gota d’água: Valeixo, com quem Moro trabalhou na Lava Jato, foi justamente colocado no cargo pelo ministro por ser alguém em que ele acredita que trabalhará, também, nos mesmos princípios de combate à corrupção pelos quais ele age.
Além disso, não há explicações fundamentadas para um desligamento – pelo contrário, as métricas internas de performance da PF demonstram melhora – e a saída representaria, apenas, uma perda de força e protagonismo ainda maior de Moro.
Bolsonaro parece estar fritando o ministro – dá um beliscão e depois afaga, critica e depois posta fotos juntos. Tudo isso para não causar um choque na opinião pública, que tem em Moro sua principal referência no combate à corrupção. Resta ele pensar se, em um momento onde há tantos problemas no governo – na área diplomática, ambiental e na econômica, que não cresce como deve – é uma boa opção colocar o cargo de Moro em risco.
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