Vera: Bolsonaro coloca gostos pessoais à frente da escolha do novo PGR

  • Por Jovem Pan
  • 15/08/2019 08h41 - Atualizado em 15/08/2019 10h07
Carolina Antunes/PR Presidente desistiu de nome de Augusto Aras por encontrar passado "de esquerda"

Ao desistir de indicar o subprocurador Augusto Aras como novo Procurador-Geral da República (PGR) no lugar de Raquel Dodge, que fica até o dia 17 de setembro no cargo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) condiciona, mais uma vez, seus gostos pessoais às suas escolhas. O novo nome deveria ser divulgado nesta sexta-feira (16), mas o prazo foi adiado depois que ele recebeu informações de que Aras poderia ter um “passado de esquerda”, fazendo com que Bolsonaro se indispusesse em relação ao subprocurador.

Dessa forma, os nomes levados ao presidente estão gongados na base de avaliações bastante subjetivas: ele não gosta desse candidato porque já foi aliado de alguma pessoa, descobre que, no passado, esteve ligado à tal partido e, assim, como em tudo o que vai decidir, Bolsonaro põe uma carga pessoal muito grande na escolha do PGR, o que mostra sua dificuldade em entender o órgão do Ministério Público (MP), que é independente do poder executivo e do judiciário e tem papel de ser a voz da sociedade e fiscalizar diversas esferas do poder público.

Se Bolsonaro continuar procurando indicar alguém que tem perfil conservador, que é o que ele considera importante, e que não tenha nenhuma ligação com as causas que ele considera de esquerda, a escolha pode demorar. Ele pediu uma audiência com José Bonifácio de Andrade, que é considerado um conservador, mas pode desistir ao saber que ele já foi um procuradores em Minas Gerais, ligado ao PSDB mineiro e subprocurador de Rodrigo Janot.

Agora, ficou difícil até falar em favoritos para erra sucessão de Dodge, uma vez que o quadro está muito cercado de subjetividade.

 

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