Vera: Fala de Bolsonaro sobre pai de Santa Cruz vai contra documento de seu próprio governo
Ao fazer uma segunda aparição nesta segunda-feira (29), enquanto cortava o cabelo, para tentar justificar e dizer que tinha sido mal compreendido em sua fala sobre Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, o presidente Jair Bolsonaro, além de cometer um ultraje, mostra que não tem empatia e fala contra documentos oficiais emitidos por seu próprio governo.
No último dia 24 de julho, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos Políticos (CEMDP), do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, emitiu o atestado de óbvio do então estudante Fernando. Nele, consta que sua morte aconteceu provavelmente em fevereiro de 1974, durante o período militar, em razão de morte não natural, ou seja, violenta, e em um contexto de perseguição. O documento, que também atesta que o corpo nunca foi encontrado, foi emitido nesses termos pelo governo federal, sob alçada do ministério de Damares Alves e decisão da Justiça.
Ao dizer que o pai do presidente da OAB havia sido morto pela própria esquerda e não pelo militares – “Não foram os militares que mataram ele não, tá? É muito fácil culpar os militares por tudo que acontece” -, Bolsonaro se coloca na condição de alguém sem nenhuma empatia, que comete ultrajes contra adversários, utilizando informações não confirmadas, não oficiais e sem testemunhas apenas para fazer oposição a um adversário político que, na época do acontecimento, tinha apenas dois anos.
É uma postura um tanto quanto questionável para um presidente da República rever dados históricos refutados por confissões, depoimentos e documentos oficiais reconhecidos pelo seu próprio governo apenas para contrariar um posicionamento da OAB, no caso Adélio Bispo, que estava amparado na lei.
Confira o documento:
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