Vera: Função da imprensa não é engrossar o cordão de puxa-sacos
“O presidente é absolutamente destemperado nesta manifestação. Isso é um reflexo de uma manifestação da semana passada, quando ele jogou uma fake news contra o jornalista Merval Pereira, que respondeu na sua coluna.
Ele disse que o jornalista tinha recebido R$ 375 mil do Sesc do Rio de Janeiro por uma palestra. Merval Pereira explicou que se tratava de um pacote de palestras por todo o Estado do Rio de Janeiro. O presidente disse que se a imprensa não repercutisse aquilo que ele, presidente Jair Bolsonaro, pretendia, ele não iria mais falar. E fez um monologo na frente do Alvorada. Uma estratégia que ele próprio definiu, essa de falar na frente do Palácio nessas saidinhas. Algo absolutamente fora de propósito.
O presidente passou o fim de semana agindo nas redes sociais da maneira que age desde o não início do seu Governo. De forma descompromissada com fatos, descompromissada com a verdade. Fez um ataque a primeira-dama da França em resposta a uma internauta no Facebook, disse que o ministro Sergio Moro não está com ele desde a campanha, dando a entender que, portanto, não tem seu endosso completo. Atacou o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
O presidente erra quando diz que a imprensa tem que fazer o que ele pretende. Isso não é papel da imprensa, é papel de sabujo. O papel da imprensa é fiscalizar o Governo, apontar seu erros. E não engrossar um cordão de puxa-saco que aumenta cada vez mais ao redor do presidente a ponto dele não ter noção da realidade.
Essa fala é de um governante que está descompromissado com a realidade, alienado. Ele, Jair Bolsonaro, é quem traz a reeleição diuturnamente à baila, e não a imprensa. Ele só fala em reeleição.
É um presidente que está destemperado e contribuindo para agravar a imagem do Brasil no exterior.”
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