Vera Magalhães: Articulação política é primordial e deve ser tema de preocupação do Governo eleito
Um tema que vem ganhando espaço no debate é a forma como será feita a coordenação política de Jair Bolsonaro. Ainda não é possível, entretanto, ter a clareza de como isso será feito. Ele foi eleito por um partido pequeno, sem grande aliança, sem precisar contar com fundo partidário.
Isso tem servido de base para o discurso de Bolsonaro de que será possível replicar esse modelo também na coordenação política do Governo. Mas o Congresso é um agente importante para as mudanças que Bolsonaro deverá fazer.
Na área econômica, por exemplo, foram anunciadas 10 medidas emergenciais, e nove precisarão de apoio do Congresso. Articulação política não é acessória, e sim primordial.
O novo modelo do Palácio do Planalto vai dar à Casa Civil a volta do protagonismo nessa área. Então deverá caber a Onyx Lorenzoni esse papel. Por ora, ele tem sido responsável por alguns ruídos, será que ele tem essa capacidade de fazer sozinho essa coordenação? Tudo isso é algo que ainda não temos resposta.
A articulação não pode ser vista como acessório ou como algo irrelevante. É algo que tem de ter maior preocupação do presidente eleito e de sua equipe.
Composição do comando do Congresso
Os comandos da Câmara e do Senado não parecem uma preocupação relevante de Bolsonaro. Fontes têm minimizado esse assunto e dizem que o tema é afeito ao Congresso e não atribuição da Presidência ou do Executivo.
Mas vimos casos recentes em que presidentes não se preocuparam ou agiram de forma a tentar desafiar o Congresso tentando indicar nomes impraticáveis, como Dilma ao indicar Eduardo Cunha.
É algo que deve estar no radar da articulação política e ser motivo de preocupação.
Um nome a se preocupar é o de Renan Calheiros, que costura para tentar voltar a dar as cartas no Senado. O senador é um parlamentar que vai contra o que a campanha de Bolsonaro pregou, por exemplo.
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