Vera Magalhães: Casos de ex-assessor e de filho de Mourão abalam imagem do início de Governo

A esposa e as duas filhas de Fabrício Queiroz também faltaram a depoimento no Ministério Público do Rio de Janeiro, que ocorreria nesta terça-feira (08).
Parece ser a crença de Fabrício Queiroz, de seus familiares e da defesa de que o caso cairia em esquecimento, mas o MP, depois de longo período de complacência, parece disposto a adotar ouras medidas. O relatório do Coaf que mostra movimentação atípica de Fabrício entre 2016 e 2017 já permitiria ao MP tomar medidas como quebra de sigilos do ex-assessor.
Até agora, o MP assistiu com complacência, que não é comum, a sucessivas ausências do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, e agora de sua mulher e suas duas filhas. Os depoimentos delas são importantes porque elas também foram assessoras de Flávio e do presidente Jair Bolsonaro.
Parece que todo mundo contou com o fato de que com o Governo assumindo o caso cairia no esquecimento, mas o que se viu é uma ocorrência de assessores que depositavam dinheiro na conta de Flávio Queiroz, assessores que davam expediente em outras funções no mesmo horário de trabalho, entre outros casos.
Isso importa porque a família Bolsonaro tem parte importante no Governo e todos têm mandato. Eles devem se conduzir dentro daquilo que pregaram em suas campanhas.
Caso Mourão
O filho do vice-presidente, general Hamilton Mourão, virou assessor especial do presidente do Banco do Brasil e tem salário triplicado.
Após série de críticas, o novo presidente do BB, Rubem Novaes, defendeu a legalidade da decisão e disse que Antonio Hamilton Rossell Mourão é de sua absoluta confiança.
Não acho que esse caso seja escândalo por si só, mas atinge o Governo naquilo que é nefrálgico. Ele era funcionário de carreira e agora foi promovido para assessorar o novo presidente do Banco do Brasil. É ilegal? Não. É imoral? É algo a se questionar.
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