Vera Magalhães: Com articulação falha da nova Previdência, reforma tributária pode gerar ruídos
A reforma da Previdência ainda engatinha na Câmara, mas a reforma a tributária começa a ser esboçada. Certamente vem mais polêmica por aí, já que esta reforma mexe com o bolso do cidadão e a arrecadação dos governos.
Em entrevista ao Estadão, o secretário da Receita enumerou os principais pontos de sua reforma, que são: fundir cinco tributos em um e mais tarde fundir esse “único” imposto federal se fundiria ao ICMS (estadual) e o ISS (municipal).
Difícil imaginar que isso terá tramitação tranquila.
Além disso, a proposta traz a ideia de outro tributo que incide sobre meios de pagamento – mesmo pagamentos em máquina de cartão estariam sob a nova regra. Tudo que chega perto ao retorno da CPMF gera polêmica.
A proposta ainda não está tão madura e pode trazer mais ruído ao debate quando o Governo deveria focar na reforma da Previdência, que já está em campo.
Sobre esta, falta voto ao Governo – e liderança. Por mais que se grite e faça barulho, falta coordenação na articulação do Governo. Eles estão dando espaço para que a oposição faça seu show em comissões.
Se o Governo não se municiar de todas as ferramentas que têm, será impossível votar a reforma da Previdência ainda na terça-feira (16).
A ideia de que a reforma saia da Câmara ainda no primeiro semestre vai ficando para trás por conta da articulação política, mesmo com o empenho do presidente de articular com presidentes de partidos.
Falta alguém tabular a votação, bancada a bancada, e que o Governo faça articulação política eficiente para ter base para a aprovação da reforma.
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