Vera Magalhães: Doria e Bolsonaro mostram a diferença entre o discurso e a prática
Tanto o presidente eleito Jair Bolsonaro quanto o governador eleito de São Paulo João Doria endossaram as indicações de seus auxiliares envolvidos em polêmicas nesta semana.
No plano nacional, o futuro ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi condenado por improbidade administrativa. No lado estadual, o futuro secretário da Casa Civil, Gilberto Kassab,foi alvo de ações da Polícia Federal nesta semana.
A retórica dos eleitos foi diferente da dita em campanha. Doria disse que vai esperar desdobramento do caso e Bolsonaro disse que há componentes políticos na condenação de Salles. Houve atenuação do discurso da campanha e vários graus abaixo do que se cobrava em termos de retidão e ética que seriam cobrados.
Deveremos assistir critérios novos sendo criados. O futuro ministro de Bolsonaro, Gustavo Bebianno, disse que o presidente eleito não aceitará fichas sujas no seu Governo, e isso coloca algumas barreias a mais para que Salles, por exemplo, seja afastado.
Se for adotado como critério, pode atenuar o que se prometia em termos de não aceitar malfeito de ordem nenhuma.
O mesmo com Doria, que bateu pesado na questão de combate à corrupção. Mas, no caso de Kassab, ele leva mais em conta o peso político do por ora ministro das Comunicações do que a denúncia contra ele. Com isso, Doria dá a entender que dará sobrevida a seu aliado.
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