Vera Magalhães: Em CCJ sem pulso de Francischini, Centrão tenta adiar votação de parecer da reforma
O Centrão tentou adiar votação do parecer da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. A manobra funcionará? Ainda não se sabe ao certo, mas o Centrão tenta adiar a votação prevista para a próxima semana.
A ideia é arregimentar deputados para evitar formação de quórum. O centrão quer passar à frente da reforma da Previdência o projeto de Orçamento impositivo. A ideia é tirar a reforma, por ora, da fila e colocar o Orçamento na frente.
O problema nessa discussão é que o presidente da CCJ está sendo bastante frouxo em relação a isso. Ele não descartou de cara a manobra. Felipe Francischini, que é do PSL, mesmo partido do presidente da República, agiu de forma dúbia.
Está faltando pulso do Governo na CCJ para que manobras como essa sequer sejam registradas e prosperem. A gente assiste deputados capitaneados, neste caso, por Paulinho da Força para adiar até depois da Páscoa, o que empurraria o calendário da reforma para frente.
Com isso, começam a crescer grupos de economistas pró-reforma que pensam em aprovação apenas em 2020. Há uma urgência em fazer a reforma, mas os deputados ainda brincam com tema que é crucial para o futuro do país.
Bolsonaro não é “apaixonado pela reforma”
Já que o presidente tem demonstrado algum apreço pelas metáforas conjugais, ele não está apaixonado, mas aceitou o “casamento de conveniência” e faz a corte necessária.
Nesta quinta-feira (11), Bolsonaro realizou uma “live” para pregar a necessidade da reforma e levou o líder do Governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo. Ele também é neófito e tem autoridade questionada na Câmara.
Ele levou o líder para apresentar mudança de parecer da AGU para que prefeituras com dívidas possam receber recursos do Governo. Ele fez aceno a prefeitos e a uma pretensa base aliada no Congresso.
Com isso, Bolsonaro já começa a usar emendas para conseguir um apoio maior para a reforma. Ele está tentando “empoderar” o próprio líder na Câmara ao dizer que foi major Vitor Hugo quem conseguiu a negociação.
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