Vera Magalhães: Governo Federal age rápido, mas Zema demora e faz declaração desastrosa
Com a tragédia de Brumadinho na sexta-feira (25), os governos federal e de MG foram pegos de surpresa com poucos dias depois da posse. Como disse no 3 em 1 da sexta, o Governo Federal agiu rápido dentro de suas possibilidades, que é o que se espera diante de uma tragédia como essa. O presidente Jair Bolsonaro criou um grupo de emergência com ministros e foi até Minas Gerais mostrar comprometimento com a situação.
Isso dá sentido de urgência necessário nestes momentos. Da mesma forma, o Ibama, MP e Justiça agiram de forma rápida na aplicação de multas e bloqueio de bens da Vale.
Alguma coisa no pós parece ter sido aprendida após o caso de Mariana, mas o mesmo não foi feito na prevenção.
A gente vê o governo de MG, entretanto, com responsabilidade por conta da liberação de mais exploração de minas. Se se aprendeu algo na contenção, a nossa evolução desde 2015 para prevenção foi nenhuma. O governo de MG também mostrou descompasso em relação ao governo federal.
O governador mineiro Romeu Zema deu declaração desastrosa, demorou a ir ao local e manteve o secretário do Meio Ambiente de Fernando Pimentel. Há diferenças de atuação nos governos federal e mineiro.
Vimos também o “Fla x Flu” político com apoiadores de Bolsonaro responsabilizando Dilma Rousseff, a réplica da ex-presidente e também o inverso.
Fiscalização na área ambiental
O desastre deve frear, pelo menos no primeiro momento, a discussão sobre legislação para novas regras ambientais. O presidente falou em indústria ambiental durante a campanha, falou em excesso de punições por parte dos fiscais. Havia um discurso para afrouxar a fiscalização e regras de licenciamento de exploração.
O discurso agora será confrontado com a realidade.
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