Vera Magalhães: Oposição martela contra a reforma enquanto Governo patina em articulações
Dois pontos da reforma da Previdência são os mais atacados pela oposição, porque vão contra a ideia de que a reforma ataca os mais bem aquinhoados com salários e aposentadorias.
Existem dois aspectos: o Benefício de Prestação Continuada foi mudado para quem tem menos de 65 anos receba menos de um salário-mínimo. Mas isso é usado pela oposição para taxar o Governo de cruel e insensível.
O outro ponto contraditório é o da aposentadoria rural. A ideia de se igualar aposentadoria de homens e mulheres foi rechaçada por Jair Bolsonaro para trabalhadores urbanos, mas na aposentadoria rural ficou a mesma. A explicação é que na aposentadoria rural e de outras categorias especiais é de 60 anos – abaixo do restante.
Esses são dois pontos que podem ser negociados na Câmara.
Um terceiro aspecto mais complicado atinge o lobby de poderosos de sindicatos de servidores públicos. Se estabeleceu alíquota progressiva a quem ganha altos salários. Pode chegar a 22% e isso gerou chiadeira aos mais poderosos, que recebem acima do teto. Este ponto pode gerar judicialização, caso a reforma seja aprovada.
Articulação política
O Governo caminha ainda tateando no escuro nas articulações. O Governo teve de adiar a primeira conversa por falta de segurança de como ela se daria.
Existem partidos preocupados com a reforma dos militares e eles pedem conversas, mas utilizando-se de instrumentos para fazer política.
O Governo ainda não sabe como manter o discurso da nova política e chamar a velha política para aprovar a reforma da Previdência.
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