Vera Magalhães: PT querer, no tapetão, anular vontade popular é autoritarismo
O PT ingressará no Tribunal Superior Eleitoral para pedir a inelegibilidade de Jair Bolsonaro na disputa presidencial. Mas a chance de isso ocorrer é mínima.
Seria o TSE, com base em acusação grave, mas que não está sustentada em provas robustas, cassar a vontade de milhões de eleitores. Vai se apurar a acusação, mas não acho que terá o condão de fazer isso que o PT quer.
O partido quer que o segundo turno se dê entre Fernando Haddad e Ciro Gomes, terceiro colocado. O mesmo Haddad, que na véspera posava como democrata, agora quer tirar Bolsonaro da disputa. O caso é grave, mas não está amparado em nenhuma prova robusta. Não há recibos e as empresas fazem esse tipo de trabalho para todos os partidos.
Achar que a corrente pode ter influenciado no resultado da eleição é o PT fazer aquilo de que ele diz ser vítima e fazer o que Aécio fez em 2014, que é questionar o resultado da eleição. Isso vai fazer com que os últimos dias de campanha sejam marcados por clima exacerbado que não ajuda em nada.
PT agora aponta fraudes – antes era Bolsonaro
Tudo o que PT e Bolsonaro fazem tem sinal trocado e acaba sendo da mesma natureza. É a natureza que aposta em seguimento fiel de eleitores. PT aponta que ocorreria fraude no resultado.
Temos dito diuturnamente que isso não é fácil de coibir, pode influenciar o voto de algumas pessoas, mas dizer que fake news foram sucesso de Bolsonaro é ignorar que a maioria dos que votam nele o fazem por repúdio ao PT. É negar a razão principal de voto no Jair Bolsonaro.
Isso mostra descolamento completo do partido e um viés autoritário e permanente de que vale tudo para se manter no poder.
Prender uma pessoa antes mesmo da instauração de inquérito e, a partir disso anular a eleição, é fascismo. E essa é a ideia petista. É preciso que candidatos tenham responsabilidade com suas declarações, porque isso não ajuda o dia seguinte à eleição.
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