Vera Magalhães: Reduzir número de ministérios é positivo, mas não é tão simples como parece
O presidente eleito está fechado com auxilares para definir a sua futura reforma ministerial. De acordo com as informações iniciais, Jair Bolsonaro deve reduzir os atuais 29 ministérios, para apenas 15.
Algumas pastas serão simplesmente extintas, e outras, transformadas em secretaria nacional. Um grupo ligado ao presidente eleito, que defende a ênfase na segurança pública, não quer a extinção da pasta, que chegou a ser cogitada para retorno ao Ministério da Justiça.
A situação toda não é tão simples quanto parece. É desejável que a gente tenha menos ministérios, uma vez que o PT elevou ao estado da arte o negócio de inflar esse número, o que não tem necessidade, mas há casos e casos.
Por exemplo, a volta da segurança pública ao ministério da Justiça parece não conversar com a aposta da campanha de Bolsonaro de dar mais ênfase a esse tema.
A mesma coisa é a fusão da Agricultura com o Meio Ambiente. A primeira tem uma prioridade, que é incrementar o agronegócio, fazer com que os produtores tenham menor burocracia, acesso ao crédito, etc. Enquanto o meio ambiente tem que zelar por compromisso pelo qual o Brasil é signatário. São pastas conflitantes.
Outros casos são mais orgânicas e têm mais sentido, como é a fusão de todos os ramos econômicos em um superministério da Economia.
É positivo você querer reduzir as estruturas do governo, mas cada caso deve ser analisado dentro de suas especialidades.
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