Vera Magalhães: Sou privilegiada, mas muitas mulheres não são; vamos juntos por um Brasil mais igual
Há dois anos, o nosso querido Joseval Peixoto me deu parabéns por esse dia e eu disse que não ligava muito para a data. Isso foi visto como grosseria minha, mas até então eu era inexperiente na rádio. Eu pedi desculpas a ele no dia seguinte, mas ao longo da minha vida nunca fui ativista da causa feminista.
Não tenho questão de gênero como grande pauta minha. Fiz minha carreira e construí vida pessoal em valores que foram transmitidos pelos meus pais de igualdade. Não tinha “manterrupting” nos jantares em casa, por exemplo, então talvez minha condição tenha me feito alguém não muito atenta a isso.
Passados dois anos, eu diria a Joseval: obrigada pelos parabéns e entendo a importância política e simbólica de se celebrar o Dia Internacional da Mulher. Não por flores, chocolates, as para que as mulheres tenham noção de seus direitos, de que não é mais concebível tantos casos de violência contra a mulher.
Passei a respeitar quem advoga a causa feminista e trabalha para que a igualdade seja realidade e não só um discurso. Sou privilegiada por não ter enfrentado esses problemas, mas essa não é a realidade de muitas mulheres.
Vamos juntos, homens e mulheres, construir um Brasil mais igual.
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