Vera Magalhães: Tratar militares de maneira diferenciada enfraquece reforma da Previdência

Luis Macêdo/Câmara dos Deputados Reforma da Previdência para civis foi apresentada em fevereiro ao Congresso

O governo federal deve apresentar nesta semana uma proposta para mudar os benefícios previdenciários de militares. A medida, separada da reforma geral, tem sido vista como um dos principais impasses no Congresso Nacional, já que as Forças Armadas poderiam ser de certa forma beneficiadas em relação aos demais brasileiros.

Para a comentarista Vera Magalhães, da Jovem Pan, “é impossível não notar que esse projeto dos militares teve uma tramitação diferente do projeto geral dos servidores e a iniciativa privada”. Conforme explica, a proposta foi elaborada pelo Ministério da Defesa, ou seja, foi feita “pelos próprios interessados” na questão no círculo militar.

Segundo ela, o projeto para militares “traz – além da reforma da previdência – justamente uma série de mudanças na carreira, gratificações, novo escalonamento na carreira, traz também benefícios que são compensações às perdas esperadas com a Previdência. Num primeiro momento, o tesouro vai gastar mais com os militares.”

“Eu acho que isso dificulta a compreensão que o governo tem tentado dar à reforma da Previdência. Ou seja, a de que ela combate privilégios, que ataca justamente aqueles mais bem aquinhoados e que portanto ela é justa e equânime, o que de fato o projeto principal é. Tratar os militares dessa maneira tão diferenciada como o governo vem tratando, inclusive incluindo compensações que outras carreiras não terão, enfraquece a tramitação e enfraquece, principalmente, o discurso do governo perante o resto da sociedade.”