Vera: Parlamentares perdem vergonha de aumentar gastos em fundos partidários
A Câmara dos Deputados aprovou, repentinamente, um projeto que flexibiliza as punições para o crime de caixa 2 e torna mais maleáveis as regras para justificar o uso de dinheiro dos fundos partidário e eleitoral. No primeiro, o fundo partidário, texto estuda aumentar de R$ 1,7 bilhões no ano passado para entre R$ 2,6 bilhões e R$ 3,5 bilhões as verbas para pagar despesas correntes dos parlamentares. No segundo, a tentativa é deixar o valor do fundo eleitoral que será aplicado em 2020 em aberto.
Com a animação da aprovação do projeto na Câmara, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP) se animou com a ideia e correu para tentar aprovar, a toque de caixa, esse mesmo texto na casa. Não aconteceu: a sociedade e as redes sociais perceberam e ele adiou a votação para a terça-feira da próxxma semana (17).
A tentativa de aprovação rápida desses projetos demonstra que os parlamentares perderam a vergonha. Quando, no auge da Operação Lava Jato, o financiamento privado ficou proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os partidos tiveram um momento em que se encolheram e aceitaram as regras e controles impostos, fizeram campanhas mais baratas. Agora, ao entrarmos nessa fase mais incerta sobre a operação, eles voltaram com tudo: sem cerimônia e sem controle.
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