Vera: Sem dinheiro, ministros miram em teto de gastos e fundo da Petrobras
Foram poucas as áreas que escaparam dos cortes no Orçamento 2020, feito recentemente pelo governo. A diminuição da renda destinada aos ministérios e ao Congresso Nacional, que faz com que os políticos não tenham dinheiro para executar seus programas de governo ou não consigam angariar recursos para seus estados, tem gerado pressões sobre o governo federal.
Para conseguir mais um pouco de renda, alguns agentes públicos, como os da área militar, que tem sofrido duros cortes, e até mesmo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tem encabeçado uma série de pressões para que o governo ceda e flexibilize, por exemplo, o teto de gastos, que define ma faixa limite de gastos pela União sem aumento real, ou seja, sendo corrigido apenas pela inflação.
O problema é que o ministro da Economia, Paulo Guedes, é contra: ele não quer rever uma regra recém-aprovada – da época do governo Michel Temer, em 2017 – e que ele acredita ser benéfica para obter ajuste fiscal a médio a longo prazo e reequilibrar as contas.
Sem o aval de Guedes, os ministros continuam a busca, então, de qualquer trocado que lhes permita terminar o ano. Muitos, como o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, além do ministro da Educação, Abraham Weintraub já estão de olho no fundo da Petrobras para sua salvação. Segundo os políticos, com esse fundo, seria possível segurar o cancelamento de bolsas de pesquisas e cortes de despesas. O próprio presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu, devido à falta de recursos, que o dinheiro da Petrobras fosse utilizado para o combate às queimadas e desmatamento na Amazônia.
O governo está de olho, também, em antecipar os dividendos de estatais para conseguir terminar o ano pagando suas contas. Todos em busca da salvação.
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