Vera: Vetos ao abuso e novo PGR definirão futuro de Bolsonaro no combate à corrupção
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vive um dia “D” nesta quinta-feira (5). Ao decidir, na mesma data, o futuro ocupante do cargo de Procurador-Geral da República (PGR) e o destino do projeto de lei de abuso de autoridade, ele mostrará como seu governo vai lidar, daqui para a frente, com o combate à corrupção, principal pauta pela qual foi eleito.
No primeiro caso, porque o Ministério Público Federal (MPF), nos últimos anos, ganhou uma grande relevância com operações sistemáticas anticorrupção, como a Lava Jato, que levou ao banco dos réus e à prisão, pela primeira vez, grandes nomes da política e do setor privado. Eleito surfando na credibilidade da Lava Jato, Bolsonaro deveria, portanto, indicar alguém apto para continuar essa missão.
O problema, porém, é que parece que ele esqueceu que o MPF é um órgão totalmente independente dos outros poderes e já dsse, algumas vezes, que vai indicar alguém alinhado ao seu governo, que seja a “rainha do tabuleiro de xadrez”, o “segundo cargo mais importante do governo”. Mas o PGR não é um cargo do governo, o que pode colocar o combate à corrupção em xeque.
O mesmo vale para os vetos que o presidente fará ao projeto de abuso de autoridade. Ao que se sabe, existia um acordo inicial de que ele vetaria apenas pontos específicos e laterais, agindo de forma branda contra a lei. Mas parece que não é isso que ele vai fazer. O problema é que, ao atender a voz das ruas ou as recomendações do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e fazer mais vetos, ele coloca em risco sua relação com o Congresso Nacional – e até a aprovação da indicação de seu filho, Eduadro Bolsonaro (PSL-SP), para embaixador no Brasil nos Estados Unidos.
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