Vídeo mostra suposta decapitação de jornalista americano na Síria

  • Por Agencia EFE
  • 19/08/2014 19h41

Cairo, 19 ago (EFE).- Um vídeo divulgado nesta terça-feira através de fóruns jihadistas mostra a suposta decapitação do jornalista americano James Wright Foley, sequestrado na Síria em novembro de 2012.

No vídeo, cuja autenticidade não pôde ser comprovada, Foley se despede da família e acusa o governo americano de ser o culpado de sua execução por conta da recente intervenção no Iraque, antes de ser degolado perante a câmera por um homem encapuzado que fala em inglês.

A gravação começa com o discurso do presidente americano, Barack Obama, em 7 de agosto no qual anunciou o começo dos bombardeios sobre o Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque, para frear seu avanço rumo ao Curdistão e permitir a assistência humanitária a milhares de deslocados.

Posteriormente, Foley aparece pedindo a sua família e amigos que se levantem contra as autoridades americanas, de que diz que puseram “o último cravo em seu caixão” pelos bombardeios no Iraque.

“Desejaria ter mais tempo, desejaria ver minha família de novo, mas esse barco já zarpou. No fim das contas, acredito que desejaria não ser americano”, diz Foley, sereno e vestido com uma roupa laranja em um local desértico não especificado.

Neste momento, o homem encapuzado, em um inglês com sotaque britânico, ameaça os Estados Unidos e garante que “os muçulmanos de todo tipo e condição aceitaram o Estado Islâmico como seus líderes”.

“Qualquer tentativa sua, Obama, de negar aos muçulmanos o direito de viver em segurança sob o califado resultará no derramamento de sangue de seu povo”, diz o jihadista, que aparece segurando uma faca. Em seguida, ele degola Foley.

O vídeo termina com o homem encapuzado ameaçando de morte outro jornalista americano sequestrado, Steven Joel Sotloff, cuja vida “depende da próxima decisão de Obama”.

Os familiares de Foley afirmaram em comunicado em janeiro do ano passado que um grupo desconhecido de homens armados o tinha sequestrado em uma região do noroeste do país em 22 de novembro. Meses depois, em maio, o veículo para o qual colaborava, o site americano “GlobalPost” disse que o profissional, de 39 anos, estava em uma prisão síria controlada pelo regime de Bashar al Assad. Foley tinha sido preso previamente pelo Exército da Líbia em 2011 enquanto cobria o conflito no país após a queda do regime de Muammar Kadafi. EFE

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