YPF propõe criação de G10 de petrolíferas estatais da América Latina

Santa Cruz (Bolívia), 15 mai (EFE).- O presidente da empresa argentina YPF, Miguel Galuccio, propôs nesta quinta-feira na Bolívia a formação de um G10 de petrolíferas estatais da América Latina para buscar sinergias que aumentem o poder que têm por possuir recursos energéticos.

“É uma ideia que vou conversar com o resto de meus pares, de formar um G10, ou mesmo um G12, de presidentes de companhias nacionais”, declarou Galuccio na cidade boliviana de Santa Cruz, durante o 4º Congresso Internacional de Gás e Petróleo organizado pela companhia petrolífera estatal boliviana YPFB.

“O presidente da Bolívia disse que ter energia é poder, eu acho que, por sua vez, agrupar-se e buscar sinergias é ainda ter mais poder”, acrescentou Galuccio, em alusão a palavras prévias do líder boliviano, Evo Morales, que inaugurou esse fórum.

O grupo poderia ser formado pela argentina YPF, a boliviana YPFB, a mexicana Pemex, a venezuelana PDVSA e a Petrobras, entre outras companhias petrolíferas estatais, segundo Galuccio.

Previamente, ao inaugurar o congresso, Morales enfatizou que os países que têm certo poder político na América Latina ou no mundo já não são aqueles que tem armamento bélico ou recursos econômicos, mas aqueles que controlam as fontes de energia.

“O país que tem energia é o que tem poder. Não é o que tem mísseis, não é o que tem muita prata. Entendamos, esta é nossa reflexão e a essa conclusão cheguei”, disse Morales.

O congresso, que durará até amanhã, analisa precisamente o papel das empresas estatais e o novo cenário do gás na região.

Em sua dissertação sobre a YPF, Galuccio refletiu que a América Latina é uma região sem conflitos e com pontes de integração energética, com gasodutos que cruzam países, centrais elétricas operadas de forma conjunta e outras formas de troca de energia nas fronteiras.

Também destacou o potencial de sinergia entre as petrolíferas estatais com os conhecimentos conseguidos em seus países no desenvolvimento do setor de hidrocarbonetos e disse que esta forma de trabalho conjunto ainda não foi explorada.

Neste sentido, anunciou que proporá a seus pares da região a realização em 2015 de um fórum com as empresas estatais para avançar em sua proposta, no marco da integração energética. EFE

ja/rsd