Zarif garante que acordo nuclear está mais próximo do que nunca
Viena, 3 jul (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammed Javad Zarif, disse nesta sexta-feira em Viena que o acordo nuclear está “mais perto que nunca”, mas alertou que as grandes potências devem “escolher entre o acordo e a coação”.
Em mensagem de vídeo publicada no YouTube, o principal negociador nuclear do Irã advertiu que “não há garantias” que vá fechar um acordo daqui até a próxima terça-feira, data limite estabelecida entre as partes.
Os ministros das Relações Exteriores e outros negociadores do Irã e do grupo G51 discutem desde a semana passada, após 20 meses de negociações, os detalhes de um histórico tratado que pode por fim a 13 anos de disputa nuclear.
“Alcançá-lo requer coragem para o acordo, autoestima para a flexibilidade, maturidade para ser razoável e audácia para romper com velhos hábitos”, filosofou o ministro iraniano.
“Alguns acreditam que a coação militar e econômica pode garantir a submissão”, criticou Zarif em sua mensagem em inglês, dirigida à comunidade internacional.
“Tenho esperança porque vejo que a razão se impõe ao engano. Sinto que meus parceiros de negociação reconheceram que a pressão e a coação nunca levam a soluções duradouras, mas a mais conflito e mais hostilidade”, acrescentou.
Por isso, prosseguiu Zarif, as grandes potências “optaram pela mesa de negociação, mas até aqui necessitam fazer uma crítica e histórica escolha: acordo ou coação”.
“Na política, como na vida, não pode ganhar em detrimento de outros. Esses lucros sempre são curtos no tempo, só um acordo balanceado pode superar o tempo”, disse.
“Estamos prontos para fechar um acordo balanceado e bom, e abrir novos horizontes para enfrentar novos grandes desafios”, afirmou Zarif a 4 dias do vencimento do prazo, estendido para 7 de julho para fechar um acordo.
“Nosso perigo comum hoje é a crescente ameaça do extremismo violento e da barbárie”, concluiu, em referência ao grupo terrorista “Estado Islâmico”, do que o Irã também se sente ameaçado e em cujo combate colabora com outros países da região.
As partes se deram sete dias além do prazo que venceu originalmente em 30 de junho para eliminar os últimos obstáculos que estão impedindo esse acordo.
Os principais desacordos são as modalidades para suspender as sanções contra o Irã uma vez assinado um acordo e o alcance das inspeções da ONU para verificar o tratado. EFE
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