‘Quando falta dinheiro, reforma boa é a de redução de gastos’, afirma Paulo Skaf

Presidente da Fiesp acredita que o momento não é favorável para uma reforma tributária nos moldes da proposta apresentada; segundo ele, medida aumentaria impostos

  • Por Jovem Pan
  • 05/07/2021 11h00 - Atualizado em 05/07/2021 11h38
Charles Sholl/Estadão Conteúdo Homem olhando de lado Paulo Skaf negou qualquer atrito com o presidente Jair Bolsonaro neste tema. "Não podemos confundir as coisas."

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, não acha que o momento seja propício para uma reforma tributária nos moldes da proposta apresentada. Para ele, neste caso, o risco do aumento de arrecadação é muito grande. “Quando falta dinheiro, a boa forma é a de redução de gastos — uma reforma administrativa. Quando sobra dinheiro, é a hora de fazer reforma tributária. Se você tentar fazer quando há falta de recurso para o governo federal, Estados, prefeituras e para todo mundo naturalmente o risco de aumento de carga tributária existe. E é o que dá para observar nessa proposta enviada.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Skaf afirmou que essa proposta atual não busca competitividade, redução de burocracia e simplificação. “Da forma que está, nós somos contrários. Para fazer uma reforma para piorar, é melhor não termos reforma. A que a sociedade quer é uma que agilize, barateie, modernize e dê a competitividade ao país. Isso é o que nos interessa e interessa ao Brasil.” Para Paulo Skaf, esse é um momento, no mínimo, inoportuno para aumento de impostos. De acordo com ele, a recuperação da pandemia da Covid-19 já está levando ao aumento da arrecadação de forma natural.

“Nossa melhor contribuição é criar um ambiente saudável para retomada robusta do crescimento. Isso trará empregos e o aumento de arrecadação. Se formos discutir reforma tributária, tem que ser no sentido de simplificar a vida de quem produz e trabalha. Nunca pelo contrário.” Ele defendeu a reforma administrativa para redução de gastos e despesas. Paulo Skaf negou qualquer atrito com o presidente Jair Bolsonaro neste tema. “Não podemos confundir as coisas. O presidente também não é a favor do aumento de imposto, ele sempre deixou claro que é contra, principalmente neste momento. Vejo que ele é uma pessoa de boas intenções e que quer fazer coisas boas. Isso não significa que tudo esteja certo e nem que temos compromisso com o erro.”

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