Em beija-mão, Zanin se diz conservador e conquista evangélicos e bolsonaristas

Em pelo menos dois encontros, criticou o ativismo judicial, defendeu prerrogativas do Congresso sobre pautas de costumes e se apresentou como um ‘homem de família tradicional’, católico, casado e com três filhos da mesma mulher

  • Por Claudio Dantas
  • 07/06/2023 18h01 - Atualizado em 07/06/2023 18h18
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Cristiano Zanin Zanin demonstrou disposição para dialogar com todos os senadores, mesmo já dispondo dos votos necessários para ter seu nome aprovado

Indicado por Lula ao Supremo, Cristiano Zanin intensificou o beija-mão com senadores em Brasília nesta semana. Em pelo menos dois encontros, criticou o ativismo judicial, defendeu prerrogativas do Congresso sobre pautas de costumes e se apresentou como um “homem de família tradicional”, católico, casado e com três filhos da mesma mulher — Valeska Teixeira, que é também sua sócia. O advogado esteve num almoço na casa de um advogado de Renata Abreu, presidente do Podemos, na presença também do senador Carlos Viana e do deputado Sóstenes Cavalcante, que preside a frente parlamentar evangélica.

Segundo relatos dos participantes, Zanin demonstrou disposição para dialogar com todos os senadores, mesmo já dispondo dos votos necessários para a confirmação de sua indicação. O advogado fez questão de destacar seu perfil conservador e disse, segundo esses interlocutores, que as pautas de costumes devem se restringir ao Parlamento. Ele não vê necessidade de se revisar a atual previsão legal para casos de aborto, como quer a esquerda, e prefere que o Congresso legisle sobre descriminar ou não o uso de drogas.

Zanin também jantou com os senadores bolsonaristas Jorge Seif e Carlos Portinho. O encontro teria sido casual, mas acabou virando uma espécie de sabatina preliminar. Estavam à mesa os ministros André Mendonça (STF), Francisco Falcão (STJ) e Vital do Rego (TCU). Todos ficaram bem impressionados com Zanin e o PL deve liberar a bancada na votação. Todos coincidiram no entendimento de que “o pico do ativismo judicial ocorreu com a Lava Jato”, e que é preciso redefinir os limites de atuação do Supremo. “Nos agradou muito”, disse um dos participantes.

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