Em beija-mão, Zanin se diz conservador e conquista evangélicos e bolsonaristas
Em pelo menos dois encontros, criticou o ativismo judicial, defendeu prerrogativas do Congresso sobre pautas de costumes e se apresentou como um ‘homem de família tradicional’, católico, casado e com três filhos da mesma mulher
Indicado por Lula ao Supremo, Cristiano Zanin intensificou o beija-mão com senadores em Brasília nesta semana. Em pelo menos dois encontros, criticou o ativismo judicial, defendeu prerrogativas do Congresso sobre pautas de costumes e se apresentou como um “homem de família tradicional”, católico, casado e com três filhos da mesma mulher — Valeska Teixeira, que é também sua sócia. O advogado esteve num almoço na casa de um advogado de Renata Abreu, presidente do Podemos, na presença também do senador Carlos Viana e do deputado Sóstenes Cavalcante, que preside a frente parlamentar evangélica.
Segundo relatos dos participantes, Zanin demonstrou disposição para dialogar com todos os senadores, mesmo já dispondo dos votos necessários para a confirmação de sua indicação. O advogado fez questão de destacar seu perfil conservador e disse, segundo esses interlocutores, que as pautas de costumes devem se restringir ao Parlamento. Ele não vê necessidade de se revisar a atual previsão legal para casos de aborto, como quer a esquerda, e prefere que o Congresso legisle sobre descriminar ou não o uso de drogas.
Zanin também jantou com os senadores bolsonaristas Jorge Seif e Carlos Portinho. O encontro teria sido casual, mas acabou virando uma espécie de sabatina preliminar. Estavam à mesa os ministros André Mendonça (STF), Francisco Falcão (STJ) e Vital do Rego (TCU). Todos ficaram bem impressionados com Zanin e o PL deve liberar a bancada na votação. Todos coincidiram no entendimento de que “o pico do ativismo judicial ocorreu com a Lava Jato”, e que é preciso redefinir os limites de atuação do Supremo. “Nos agradou muito”, disse um dos participantes.
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