Já leu a nova fake news do Janones?
Cassado pelo TRE-MG em 2022 por fraude do Avante à cota feminina, Janones diz que PL de Minas Gerais está sendo investigado pelo mesmo crime eleitoral e fala em cassação de Nikolas
O deputado André Janones (Avante/MG) escreveu ontem no Twitter: “Investigações apontam que o PL de Minas Gerais burlou a cota mínima das candidaturas femininas para a Câmara. Ao que tudo indica, o TSE deve considerar o argumento e cassar Nikolas Ferreira e demais Deputados Federais da sigla!”. A informação levou a equipe da Jovem Pan a questionar tanto o TSE como o TRE-MG sobre a existência de algum procedimento investigatório contra o partido de Nikolas ou o próprio deputado e nada encontrou. A assessoria do tribunal respondeu o seguinte à nossa estagiária Karoline Cavalcanti: “Realizamos buscas em nossos sistemas e não encontramos, até o momento, nenhuma ação que esteja em curso que envolva esse tema com os nomes citados por você no e-mail”.
Por outro lado, ao pesquisarmos processos em nome de Janones, acabamos encontrando o de número n° 0605653-35.2018.6.13.0000, julgado pelo TRE-MG em 02/08/2022, com decisão pela CASSAÇÃO DE TODAS AS CANDIDATURAS E CANDIDATOS que concorreram aos cargos proporcionais pelo Avante nas eleições de 2018, incluindo os cinco eleitos – Luís Tibé, ANDRÉ JANONES e Greyce Elias (federais); Avelar e Bosco (estaduais). Dois dias depois da decisão do TRE, Janones abandonou sua candidatura à Presidência e passou a trabalhar pela eleição de Lula, coordenando sua campanha nas redes sociais. Um recurso suspensivo garantiu o exercício do mandato até o final — até hoje o TSE não analisou o caso em última instância. “O processo atualmente está aguardando julgamento de recurso”, informa a assessoria do tribunal.
Ressalto que os mandatos conquistados em 2018, objeto do processo que resultou em decisão de cassação, se encerraram em 31 de janeiro deste ano. E os mandatos atuais, iniciados em 1º de fevereiro, foram conquistados nas eleições 2022 e não são afetados por aquela decisão, já que o acórdão não determinou a sanção de inelegibilidade. Enquanto isso, Janones segue livre e intocável na disseminação de fake news nas redes sociais.
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