O duplo padrão na relação de PL e Podemos com lavajatistas
Podemos garante que vai recorrer da decisão do Tribunal Superior Eleitoral que cassou o mandato de Deltan Dallagnol, mas se aliou ao PL de Bolsonaro e ao PT de Lula para cassar Sergio Moro
O Podemos garante que vai recorrer da decisão do Tribunal Superior Eleitoral que cassou o mandato de Deltan Dallagnol. Renata Abreu foi às redes desmentir notícia de que não quer desgaste com o TSE. Será? Caso se confirme a saída do combativo deputado paranaense, assumirá no lugar um desconhecido pastor Itamar, do PL de Valdemar Costa Neto. O questionamento é válido, pois as duas siglas já estão consorciadas no Paraná para cassar Sergio Moro (União Brasil), como ficou claro na ação movida pela legenda de Jair Bolsonaro por meio do advogado Bruno Cristaldi, ligado a Renata e ao Podemos.
O processo, protocolado por Cristaldi e que ganhou versão idêntica por parte do PT, é uma peça de ficção jurídica, pois tenta convencer o Tribunal Regional Eleitoral (TRF-PR) de que as despesas da pré-campanha presidencial bancadas pelo Podemos deveriam ter sido consideradas por Moro na prestação de contas de sua campanha ao Senado pelo União Brasil. Na verdade, o que se pretende é anular a eleição, retirar o ex-ministro da disputa para que Alvaro Dias (Podemos) e Paulo Martins (PL) possam ‘tirar no palitinho’ quem será o novo senador.
Conta-se nos bastidores do Congresso que Renata Abreu comemorou com Arthur Lira (PP) a cassação de Deltan. Não me surpreenderia, já que a cacique partidária também teria boicotado a própria campanha presidencial de Moro depois de atraí-lo para a sigla numa espécie de arapuca eleitoral. Quem não lembra que seu tio foi quem ofereceu emprego a José Dirceu após sua condenação no mensalão, para ajudá-lo na remissão da pena?! Deltan e Moro ainda parecem cultivar uma visão ingênua do sistema político e de seus atores.
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